A Unidade Universitária de Pires do Rio, Câmpus Sul da Universidade Estadual de Goiás (UEG), encerrou em dezembro as atividades anuais do Projeto de Extensão “Alfabetização tardia”, voltado para crianças na fase escolar dos anos iniciais e finais de escolas do município. O projeto atendeu 62 crianças com defasagem no processo de alfabetização e letramento, que receberam aulas de reforço em língua portuguesa.
A iniciativa foi idealizada pela coordenadora do projeto, professora Cleusa Maria da Silva, e executada por discentes do curso de Pedagogia da Unidade, estagiários do Instituto Euvaldo Lodi (IEL), que atuam principalmente no 5º e 6º ano da rede básica de ensino de Pires do Rio. Os estudantes da UEG planejaram as aulas e organizaram o material didático e lúdico para os encontros, realizados semanalmente aos sábados.
A profa. Cleusa Maria destaca que as intervenções pedagógicas impactaram positivamente no desenvolvimento das habilidades de leitura e escrita dos participantes. Alunos que apresentavam resistência aos estudos passaram a demonstrar maior engajamento, autoestima, motivação e autonomia ao longo do projeto. Jogos e dinâmicas de leitura contribuíram para uma participação mais ativa e interessada nas aulas. As crianças passaram da decodificação de palavras simples para a compreensão de textos mais complexos, ampliando as competências de interpretação e análise de contextos. Elas também fizeram uso da leitura e escrita em práticas sociais e foram encorajadas a produzirem reflexões sobre a informação lida.
Parceria
Além das escolas municipais, o projeto teve a parceria do Colégio Estadual de Polícia Militar de Goiás Prof. Ivan Ferreira, que ofereceu toda a infraestrutura para o desenvolvimento das ações, incluindo salas de aulas montadas com mesas, cadeiras e multimídias; uma quadra de esporte para as brincadeiras dirigidas e planejadas; e a biblioteca, equipada com um notebook para cada criança, televisão e acesso à internet.
Os principais desafios da ação foram identificar as dificuldades de aprendizagem das crianças, como a dislexia e déficit de atenção, além de envolver as famílias no processo. A iniciativa, no entanto, contribuiu para ampliar a formação dos extensionistas do curso de Pedagogia, que se empenharam ao longo de 2024 para planejar as aulas e colocá-las em prática. A profa. Cleusa ressalta que o projeto terá continuidade em 2025. "A expectativa é grande, pois as crianças que chegam ao sexto ano agora são aquelas que foram alfabetizadas no período da pandemia. E, nos primeiros dias de aula do ano letivo de 2025, já foi possível perceber que a defasagem na leitura e escrita é muito grande", afirma.
Os discentes da UEG apresentaram os resultados do projeto durante o “I Seminário de Ensino Pesquisa e Extensão da Unidade Universitária Pires do Rio”, realizado em novembro do ano passado. Um resumo expandido do projeto pode ser conferido nos anais do evento, material disponível no link.
(Comunicação Setorial|UEG)