Este ano, o curso de Fisioterapia da Unidade Universitária de Goiânia – Eseffego da Universidade Estadual de Goiás (UEG) celebra 30 anos de existência. Para marcar essa data, uma série de iniciativas está sendo realizada. As ações envolvem alunos, diretório acadêmico, a coordenação do curso e programas de extensão da Unidade.

Na última segunda-feira, 14, cerca de 100 alunos, ex-alunos e professores do curso se reuniram no pátio do Centro de Educação e Esportes (CEE), em Goiânia, em alusão à data e ao Dia do Fisioterapeuta, comemorado em 13 de outubro. O encontro foi marcado por uma animada festa, que contou com bolo, doces e plaquinhas divertidas, tornando o momento descontraído e com vários registros para as redes sociais dos participantes. Um dos momentos de destaque foi quando a professora Cibele Formiga liderou um coro descontraído com a frase "30 é a idade do sucesso", arrancando sorrisos e aplausos dos presentes.

Entre discursos, um dos pontos altos foi a leitura do poema "A Gênese era o desconhecimento", de autoria de Marcos Batista, aluno do segundo período do curso. Ao ser questionado sobre a inspiração para escrever o poema, Marcos compartilhou que a oportunidade de falar durante a celebração foi um convite especial, e ele se prontificou a contribuir, desejando contar parte da história do curso com suas palavras. A confraternização permitiu que todos os presentes celebrassem juntos esse importante marco, reforçando o espírito de união e orgulho em torno da trajetória de 30 anos do curso de Fisioterapia da UEG, fundado em 1994. 

Nesse momento de revisitar fotos e relembrar a história do curso, o coordenador da UnU Eseffego, professor Wilmont de Moura Martins; a diretora do Instituto Acadêmico de Ciências da Saúde e Biológicas da UEG, profa. Michelle Ferreira de Oliveira; e a coordenadora do curso de Fisioterapia, profa. Martina Vieira, contaram um pouco dessa jornada, recordando as dificuldades iniciais para a implantação do curso, as conquistas e desafios atuais, além de projetos importantes desenvolvidos no âmbito dessa formação na UEG. 

O curso de Fisioterapia da Eseffego foi o primeiro do Centro-Oeste brasileiro, assim como o de Educação Física também foi pioneiro na região. Ao todo, a UnU Eseffego já formou 50 turmas de fisioterapeutas, com aproximadamente 1.100 alunos graduados nas últimas três décadas. Um fato interessante para o professor Wilmont é que o curso começou justamente no ano em que ele ingressou na instituição como aluno. “Sou da turma de 94, e, naquele momento, só havia o curso de Educação Física – a 'Esefego com um F', como passamos a brincar a partir de então. No segundo semestre daquele ano, a escola passou a ser 'Eseffego com dois Fs', com o acréscimo da Fisioterapia – a Escola Superior de Educação Física e Fisioterapia do Estado de Goiás, como passou a ser chamada”, recorda. 

Wilmont relembra que esse início foi bastante conturbado em termos de relacionamento, pois a Educação Física já reinava absoluta havia 31 anos, tanto no turno matutino quanto no vespertino. Segundo o professor, nos primeiros anos, havia uma clara separação entre os cursos, “apartados do convívio”. Isso se refletia entre os alunos, gerando uma rivalidade e demora na integração.

A aproximação só começou a partir da promoção de eventos e com a gradativa percepção dos caminhos diferentes que os dois cursos trilhavam. Wilmont explica que muitos dos primeiros professores do curso de Fisioterapia vinham da Educação Física e haviam se especializado na área de fisioterapia, já que o curso ainda não existia formalmente. Havia um certo temor de que a Fisioterapia tomaria o espaço dos profissionais de Educação Física. “Isso reflete aquela visão de posse e de propriedade que, em geral, os grupos humanos têm. É sempre difícil ver alguém novo chegar e ter os mesmos direitos que você, como na famosa frase do Romário ‘chegou agora e já quer sentar na janelinha?’”, brinca.

No entanto, a partir de concursos públicos para docentes, realizados em 1994, 2004 e 2010, foram incorporados professores que não possuíam vínculo com as tensões iniciais. Isso deu uma identidade mais forte a cada curso e ajudou a definir melhor suas especificidades. “Aos poucos, essa fragmentação foi se desfazendo e deixou de reverberar. Aquelas rivalidades iniciais não foram transmitidas para as gerações seguintes; foram rompidas”, conta Wilmont. 

Clínica-Escola e SUS

Na avaliação do professor Wilmont, um dos grandes avanços do curso de Fisioterapia ao longo dos anos foi a construção da Clínica-Escola, localizada no Setor Vila Nova, que atende à demanda da sociedade e oferece estágio aos alunos, servindo para a consolidação do curso. Antes, a Fisioterapia dependia de outras instituições para a realização de estágios e enfrentava dificuldades em criar um serviço de extensão universitária que permitisse à comunidade conhecer o curso. Com a Clínica-Escola, o atendimento é realizado na Eseffego, possibilitando que a comunidade tenha acesso direto aos serviços e possa visualizar a prática da fisioterapia. 

O coordenador da UnU Eseffego relata que são realizados de 30 a 40 atendimentos diários pela Clínica-Escola, nas áreas ortopédica e respiratória, com a ortopedia como foco principal. O atendimento é 100% gratuito. Os pacientes passam por triagem e são chamados conforme as vagas são abertas. Segundo o professor, embora ainda não haja um funcionamento contínuo, a intenção é que isso ocorra, especialmente com a recente nomeação de um fisioterapeuta para a clínica. 

A chegada desse profissional permitirá que o atendimento continue durante as férias acadêmicas, superando o desafio atual de os pacientes perderem a continuidade do tratamento no período de recesso. “O grande desafio futuro é credenciar nossa clínica ao SUS, para ter um atendimento contínuo e, inclusive, obter recursos pelo Sistema Único de Saúde, a fim de aprimorar qualitativamente nosso trabalho, especialmente em equipamentos e materiais”, afirma o professor, acrescentando que a UnU Eseffego está prestes a criar outro espaço de atendimento dentro da Clínica-Escola, que envolverá a neurologia. “Estamos recebendo doações de equipamentos para pilates, com a possibilidade de avançar nesse método e ampliar nosso atendimento de forma eclética, contemplando as áreas musculoesquelética, ortopédica e neurológica. Estamos vivendo a fase de expansão de nossas potencialidades”, acrescenta. 

Entre os projetos do curso de Fisioterapia, o coordenador da UnU Eseffego destaca o Pet Fisio|UEG [Programa de Educação Tutorial de Fisioterapia], coordenado pelas professoras Tânia Hamu e Cibelle Formiga. O programa busca desenvolver as capacidades dos alunos bolsistas, focando no tripé ensino, pesquisa e extensão. “É um projeto incrível, sendo muito gratificante ver a dedicação delas [professoras] no desenvolvimento desse trabalho.” Outra iniciativa importante, de acordo com ele, é o envolvimento dessas docentes no Laboratório de Pesquisa em Musculoesquelética (Lapeme), onde são realizadas pesquisas contínuas sobre capacidade motora e desempenho físico, comparando condições de doença e não doença.

Wilmont menciona ainda as ligas acadêmicas como um diferencial do curso, cujas presenças são até mais fortes que no curso de Educação Física. “Há ligas focadas em áreas específicas, como a de queimaduras (Laq), a esportiva e a Nefafo [Núcleo de Estudos de Fisioterapia e Atividade Física em Obstetrícia]", diz. 

O envolvimento ativo dos estudantes na iniciação científica e extensão universitária tem gerado um feedback positivo da sociedade, segundo o coordenador, com muitos alunos participando de colações de grau antecipadas ou especiais devido à aprovação em residências e programas de mestrado. “Embora nem todos tenham as condições socioeconômicas para seguir esse caminho, aqueles que conseguem continuar estudando ampliam significativamente suas perspectivas profissionais no futuro", acrescenta.

Para a diretora do Instituto Acadêmico de Ciências da Saúde e Biológicas da UEG, profa. Michelle Ferreira, a importância do curso vai além da tradição em si. Segundo ela, a UnU Eseffego se destaca também pelo currículo atualizado e um corpo docente qualificado e comprometido com a formação dos futuros fisioterapeutas. “O curso alia uma forte base teórica a uma rica experiência prática, convênios com clínicas, hospitais e centros de reabilitação. Essa estrutura permite que os alunos desenvolvam habilidades técnicas e uma visão crítica sobre o cuidado com a saúde, garantindo a excelência no atendimento aos pacientes”, afirma a professora, ressaltando que os profissionais formados na UnU Eseffego são reconhecidos pela competência, ética e compromisso com o cuidado humanizado, atributos essenciais à prática da Fisioterapia. 

A qualidade da formação é atestada pela coordenadora do curso, Martina Vieira, que compartilha seu próprio exemplo como ex-aluna da instituição. "Temos egressos que se tornaram docentes na nossa UEG - no meu caso, com muito orgulho - e muitos outros que são aprovados em concursos, residências e grandes empreendedores", reitera. 

Nessa linha de valorização, como mensagem aos estudantes nos 30 anos do curso, o coordenador da UnU Eseffego, Wilmont Martins, recomenda: “Aproveitem toda a estrutura e a capacidade que os professores e a equipe da Fisioterapia têm, porque não vão encontrar coisa melhor em lugar nenhum. Confio plenamente em dizer que é uma das equipes mais bem capacitadas do Brasil. Os professores são muito dedicados, com formações amplas e envolvimento significativo com pesquisa, o que gera grandes oportunidades para os alunos.”

'De repente 30 - a idade do sucesso'

A fim de compartilhar imagens que simbolizam esses 30 anos do curso, o curso de Fisioterapia está realizando postagens no Instagram  com fotos marcantes que retratam pessoas e a relação delas com a Unidade. A ideia, segundo a professora Martina Vieira, é criar um universo descontraído de integração e nostalgia, com referência ao fillme de comédia que fez sucesso no início dos anos 2000. 

Para quem deseja conhecer um pouco mais sobre a história da fundação e desenvolvimento do curso, em 2021 a Universidade Estadual de Goiás lançou um livro, editado pela Editora UEG. Publicado sob o título "Memorial do curso de Fisioterapia UEG - Eseffego: 25 anos de história", a obra foi organizada pela professora Cibelle Formiga e está disponível para download no site da editora.

 

 

(Comunicação Setorial|UEG)