O último dia da Feira Literária de Goiás (Flig), realizada de 1º a 3 de outubro no Centro Cultural Martim Cererê, em Goiânia, foi marcado por um debate sobre o papel das editoras universitárias na democratização do conhecimento científico e cultural.
A mesa-redonda com o tema “A democratização dos livros por meio das editoras acadêmicas” contou com a participação de representantes das editoras da Universidade Estadual de Goiás (UEG), Patrick Zechin; do Instituto Federal de Goiás (IFG), Olliver Mariano; da Universidade Federal de Goiás (UFG), Wilson Flores; e da Universidade de Rio Verde (UniRV), Anielle Morais. A mediação ficou a cargo da escritora e doutora em Linguística Sarah Bertolli.
Os representantes das editoras foram convidados a traçar um panorama da trajetória e dos processos editoriais de suas instituições, além de explicar os meios de acesso para publicação de obras nestas editoras.
Pela UEG, o professor Patrick Zechin, docente do curso de Arquitetura e Urbanismo do Câmpus Central (CET), ressaltou que a Editora UEG, atualmente com 15 anos, reflete a própria história da universidade, uma instituição recente, fruto da junção de várias unidades no interior do estado. Segundo ele, a UEG tem um papel social significativo ao oferecer acesso ao ensino superior para pessoas que, de outra forma, não teriam condições de se deslocar para cidades maiores como Goiânia, Anápolis ou Brasília. E essa característica também se reflete nas publicações da editora, que busca atender à diversidade geográfica por meio de editais e outras iniciativas.
A Editora UEG está diretamente vinculada à Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (PRP|UEG). A submissão de obras à editora ocorre principalmente por meio de editais específicos, mas a editora também atende demandas pontuais da PRP e de projetos individuais de professores que acessam fundos de pesquisa. Recentemente, a editora foi ligada ao Centro de Empreendedorismo, Tecnologia e Inovação da UEG (Inova Centro), tornando-se, segundo Zechin, uma das "caras públicas" da universidade. O objetivo é tornar o conhecimento produzido na instituição acessível, de forma democrática, para toda a sociedade. Hoje, é possível acessar livros gratuitamente no portal da editora, o que reflete o compromisso da universidade com a democratização do conhecimento e da cultura regional.
Zechin destacou que, atualmente, a editora está finalizando a publicação de livros do último edital lançado e preparando novos editais, incluindo um para obras de interesse acadêmico e outro voltado para livros paradidáticos no ensino infantil e fundamental. Ele também mencionou que, além dos editais, professores também podem publicar suas obras pela editora utilizando verbas de agências de fomento, como Capes e CNPq.
Conselho editorial
O processo de publicação na Editora UEG passa por uma avaliação do conselho editorial, presidido pela profa. Elisabete Kowata, coordenadora da Editora UEG. A análise busca contemplar todas as áreas do conhecimento, além de interiorizar os processos, refletindo a natureza descentralizada da universidade.
Ao participar do evento, Kowata relembrou que a editora começou timidamente, em uma sala da PRP. A primeira publicação formalizada foi a coleção “Olhares”, de 2009, que reuniu 10 livros acadêmicos de professores da universidade, resultante de produções de dissertações e teses de doutorado. Resgatando a trajetória desafiadora, a professora ressaltou a importância de participar da Flig: “Hoje, as pessoas estão conhecendo nossa editora, e isso amplia nossa abrangência, com uma responsabilidade de levar conhecimento para a sociedade. Precisamos estar junto ao público, para disseminar esse conhecimento e conhecer o leitor potencial de nossos materiais”, avaliou.
Além dos debates e exposições sobre produções artísticas, literárias e acadêmicas, o último dia da Flig teve também apresentações culturais, como contação de histórias, show de viola caipira e sorteio de livros. Os estandes das editoras universitárias e a feira de troca de exemplares atraíram o público. Um dos destaques no espaço da Editora UEG foi o livro “Florinha do Cerrado”, coletânea infantil produzida por professores da universidade que aborda, de forma lúdica, a flora do Cerrado e temas como educação ambiental, ensino de botânica e de matemática.
Zilda Dourado, docente do curso de Letras do Câmpus Sudoeste da UEG, com sede em Quirinópolis, esteve presente com um grupo de alunos e professores de sua unidade, e enalteceu a feira. "Esse evento tem grande importância para o nosso curso, pois fomenta a literatura, incentiva a leitura literária e promove o contato direto com escritores e a literatura goiana. Fico muito feliz que a UEG nos proporcione a oportunidade de participar dessas ações”, declarou.
(Comunicação Setorial|UEG)