"Nada do que vivemos tem sentido se não tocarmos o coração das pessoas", assim dizia a poetisa goiana Cora Coralina. Em sintonia com a frase, o Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental (Fica) chegou ao fim da sua 25ª edição com um saldo positivo. Realizado entre os dias 11 e 16 de junho na Cidade de Goiás, o evento bateu recordes de inscrições, parcerias e público, consolidando-se como um dos principais festivais de cinema ambiental. Com história de participação ativa no Fica, a UEG contribuiu mais um ano com a Tenda Multiétnica, um espaço de celebração da diversidade cultural e diálogo.
Com o tema "Tecnologia, inovação e mudanças climáticas", o Fica deste ano recebeu mais de 1.078 inscrições de filmes de 77 países dos cinco continentes, um aumento significativo em relação aos anos anteriores.
O Fica 2024 se destacou também por ser um evento carbono zero, com diversas ações implementadas para reduzir o impacto ambiental do festival, como a utilização de carros elétricos, a coleta seletiva de lixo e o plantio de árvores.
Durante o 3º Encontro das Escolas de Cinema e Audiovisual do Brasil Central, que aconteceu dentro do festival, Larissa Fernandes, egressa do curso de Cinema e Audiovisual da Unidade Universitária Laranjeiras, foi ao lado da artista plástica Sallisa Rosa, uma das goianas homenageadas na edição de 2024 do Fica. Emocionada, Larissa ressaltou a importância da formação na UEG para sua trajetória profissional. "É com muito orgulho que recebo este prêmio. Sinto que ele representa não apenas a mim, mas a toda a comunidade da UEG, especialmente ao curso de Cinema e Audiovisual. Foi na UEG que aprendi a ser quem sou hoje", afirmou.
A instituição também apresentou uma seleção de filmes produzidos por egressos, alunos e professores. Além de ofertar ofertou minicursos e oficinas sobre cinema e meio ambiente, teve professores e pesquisadores participando de mesas de debate e contou com a colaboração de estudantes como voluntários em diversas atividades do festival.
Tenda Multiétnica
Localizada na Praça do Chafariz, a Tenda Multiétnica se tornou um ponto de convergência para povos indígenas, quilombolas, camponeses e outros grupos tradicionais. Dentre a programação, foram realizadas oficinas de artesanato quilombola e agroecologia; rodas de conversa sobre direitos humanos, territorialidade e cultura popular; apresentações musicais e folclóricas; minicursos; feira de produtos típicos e exibição de filmes que retratam a realidade dos povos tradicionais.
Com o tema central "Saúde e Meio Ambiente", a Tenda Multiétnica reuniu mais de 700 participantes em suas atividades. Indiretamente, segundo o professor da UEG, Murilo Mendonça Oliveira de Souza, responsável pela produção, o número pode ser estimado em mais de 5 mil pessoas. Mais do que um espaço de entretenimento, a Tenda Multiétnica se configurou como um importante espaço de diálogo e intercâmbio entre as comunidades tradicionais e a sociedade em geral. Por meio das diversas atividades realizadas, os participantes puderam conhecer e valorizar a riqueza cultural dos povos tradicionais, além de refletir sobre a importância da preservação do meio ambiente.
De acordo com o professor Murilo, em relação ao ano anterior, a Tenda além de ampliar o número de participantes, também qualificou os debates. "Neste ano foram organizadas seis mesas de rodas de conversa e debates importantes", coloca. Como novidade desta edição, o Palco Multiétnico contou com mais de 16 shows e apresentações, fortalecendo a relação com a cultura popular.
O professor afirma que a Tenda é um espaço de diálogo e, acima de tudo, de reivindicações de políticas públicas. Nessa edição, houve momentos de discussões sobre a urgência de demarcações dos territórios indígenas; efetivação de políticas fortes para educação indígena, quilombola e camponesa; assim como outras políticas públicas que os beneficiem a questões produtiva e social, fortalecendo essas comunidades. “Também acho importante, em relação à UEG e a outras universidades públicas, a criação de políticas afirmativas que garantam o acesso e permanência dos alunos. Isso é essencial para o fortalecimento da universidade e garantia de direitos", ressalta o professor.
Encontro das Escolas de Cinema e Audiovisual do Brasil Central
A terceira edição do Encontro das Escolas de Cinema e Audiovisual do Brasil Central, realizada de 12 a 14 de junho, abordou o tema "Inteligência de Gente e Inteligência de Máquina: dispositivos de inteligência artificial e a fronteira da inovação criativa no audiovisual". O evento contou com mais de 200 inscritos nas modalidades presencial e online, reunindo cerca de 700 pessoas que participaram de mostras audiovisuais, painéis, conferências e atividades de articulação regional entre TVs Universitárias e Escolas de Cinema e Audiovisual.
Benedito Ferreira, egresso da graduação em Cinema e Audiovisual da UEG, na Unidade Universitária de Laranjeiras, foi um dos grandes destaques, conquistando cinco prêmios com o longa-metragem “Granada”, nas categorias de Melhor Longa Metragem, Direção, Montagem, Roteiro e Fotografia.
O professor Marcelo Costa, do CriaLab|UEG, idealizador e organizador do encontro, falou da cooperação com a Secretaria de Estado da Cultura (Secult) e com a Fundação RTVE. “Foi de fundamental importância para que o Encontro das Escolas de Cinema e Audiovisual do Brasil Central se concretizasse em sua terceira edição”, ressalta.
Conforme conta, como fruto de articulação regional, as TVs Universitárias irão produzir uma segunda temporada da série Ekobé para ser lançada no Fica de 2025. “As Escolas de Cinema pretendem manter a realização da Mostra de Cinema Universitário Visões de Futuro, além de realizar ações de formação e de articulação política e pedagógica ao longo dos próximos meses”, explica o professor.
Ele destacou que o encontro tem transformado o Fica em um ponto de convergência para agentes de formação e produção audiovisual da região. “Este encontro não só possibilita atividades colaborativas entre seus participantes, mas também a execução de projetos significativos", concluiu.
(Comunicação Setorial|UEG