O painel de abertura do 3º Encontro das Escolas de Cinema e Audiovisual do Brasil Central reuniu especialistas para uma conversa sobre o impacto da I.A. na realidade dos roteiristas de cinema e produções audiovisuais. Dirigiram o debate o presidente de Associação Brasileira de Roteiristas e Autores (Abra), André Mielnik; a professora Jô Levy, da UEG; e a secretária da Comissão Especial de Direito Autoral do Conselho Federal da OAB, Paula Vergueiro.
Até então considerado o último reduto da cadeia produtiva que não utilizava I.A. em seu trabalho, a roteirização convida profissionais e estudiosos a um debate por vezes desconfortável: como falar de autoria criativa em produções que utilizam inteligências artificiais generativas cada vez mais aptas a criar e desenvolver o que antes máquina nenhuma conseguiria fazer? Para a professora Jô Levi, esse é um debate urgente: “Apesar de ser uma presença ainda incômoda, a I.A. já faz parte da produção de roteiros.”
Para Mielnik, presidente da Abra, as previsões sobre a I.A. na indústria criativa devem ser avaliadas com prudência: “A premissa de que a I.A. pode reconfigurar a indústria a qualquer custo é irrealista. Existe um investimento tremendo a se fazer em capacitação. Isso parte da compreensão de que elas são ferramentas e não fábricas autônomas. Se a I.A. de fato pode revolucionar o modo como escrevemos filmes, podemos remontar a ideia do filme falado e como ele mudou a indústria e as inovações que ele representou.” Essa opinião é compartilhada por Paula Vergueiro, que não se vê no grupo dos “apocalípticos”, mas considera importante ressaltar que a fragilidade do roteirista não é um problema recente: “A fragilidade do roteirista sempre existiu, por ele ser aquela figura invisível, que não está no set de filmagem, nem atrás e nem à frente das câmeras.
O Encontro é uma cooperação entre a Universidade Estadual de Goiás, por meio do curso de Cinema e Audiovisual e do CriaLab|UEG, com a Secretaria de Estado da Cultura de Goiás (Secult/GO), conta com o apoio da UFG e da Fundação RTVE e acontece durante o Festival Internacional de Cinema Ambiental (Fica 2024).
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(Comunicação Setorial|UEG, com informações do CriaLab)