O artigo "Secas antropogênicas modernas no Brasil central sem precedentes nos últimos 700 anos" foi publicado revista Nature Communications, um dos principais períodicos do mundo. A publicação, que é fruto de um projeto interinstitucional da qual a UEG é participante, trata sobre as mudanças climáticas no Brasil.
O artigo destaca em seus resultados a ocorrência de uma tendência de cinco décadas de secas antropogênicas na região do centro-leste do Brasil que não possui precedentes nos últimos 700 anos. O estudo foi realizado a partir de análises geoquímica de datação radiométrica, elementos traços e isotópicas com base em registros geológicos conhecido como estalagmites, presentes nas cavernas do Parque Nacional Cavernas do Peruaçu localizado no norte de Minas Gerais.
Os resultados ainda revelam evidências robustas que estes eventos de secas na região central do Brasil são principalmente causados pelo aumento da evaporação e diminuição da precipitação, estes por sua vez são impulsionados pelo aquecimento global antropogênico, pois apenas as variáveis climáticas naturais não conseguem explicar esta tendência de seca no último século.
A UEG está envolvida a partir da UnU Iporá, com a participação dos professores Derick Moura e Valdir Specian.
O líder do projeto, prof. Dr. Plácido Buarque, do Instituto Federal Goiano (IFGoiano) contou que o resultado reforça a premissa que eventos de secas severa e de longo prazo no Brasil com impacto direto na agropecuária, abastecimento urbano e produção de energia."Esta tendência de período seco provavelmente será ainda mais exacerbada no futuro, dada a sua aparente ligação ao aumento das emissões de gases de efeito estufa que contribuem para o aquecimento global. Por fim, diante disso, torna-se necessário ações governamentais de políticas públicas de adaptação e mitigação às mudanças climáticas e aos efeitos do aquecimento global no Brasil", afirmou.
O trabalho é uma parceria entre a UEG e diversas instituições como a Universidade de São Paulo (USP); a Universidade Federal Fluminense (UFF); o Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (Inpe); e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Além delas, participam também universidades internacionais de grande prestígio, como Harvard University, nos EUA e a Xi’an Jiaotong University, na China.
O projeto é financiado por um consórcio de agências de fomento, incluindo a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes); a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), além de agências internacionais de outros seis países.
O prof. Saulo Henrique de Oliveira, coordenador da UnU Iporá, destacou a participação da UEG nesse projeto. "É de grande importância pelo fato de proporcionar a nucleação da expansão de grupos de pesquisa no interior do estado de Goiás e o projeto oferecer capacitação especializada em pesquisa aos estudantes, comentou.
Ele ainda ressaltou a infraestrutura da UEG como um dos pontos fortes no projeto, além da relevância da temática. "A UEG Iporá oferece auxílio de laboratórios, equipamentos e transporte para ajudar na execução dos resultados e coletas de materiais na área de pesquisa. É importante para que sejam realizadas ações governamentais de políticas públicas de adaptação e mitigação às secas, mudanças climáticas e aos efeitos do aquecimento global no estado de Goiás", disse.
Leia aqui o artigo completo (em inglês).
(Comunicação Setorial|UEG)