Os alunos Silas Alberto Garcia e Weverton Ferreira, do Curso de Educação Física da Unidade Universitária de Goiânia – Eseffego, conquistaram o 5º lugar no VII Prêmio SBPC/GO de Popularização da Ciência – Edição 2020. Os estudantes apresentaram o artigo “Por uma escola mais justa: a contribuição da Educação Física para os alunos com deficiência visual”. O resultado foi divulgado no último dia 12 de outubro pela SBPC.
O trabalho foi orientado pelo professor Gabriel Carvalho Bungenstab e teve como principal objetivo construir um material didático para o ensino do basquetebol para alunos deficientes visuais. "A pesquisa nasceu, justamente pelo fato do discente Weverton ser deficiente visual. Nesse sentido, elaboramos coletivamente um trabalho científico para que pudéssemos ensinar o esporte ao Weverton, haja vista que são inexistentes pesquisas sobre a prática de basquetebol para deficientes visuais", salienta o professor Gabriel.
O professor explica que para atender o aluno, fez várias adaptações no sentido de fazer com que ele participasse das aulas práticas da mesma forma que os outros. A bola, por exemplo, foi adaptada colocando sacola com caroços de feijão, de maneira que toda vez que ela batia no chão ou estava no ar, o aluno conseguia ouvir o barulho e se situava na quadra. Outra adaptação foi colocar um aluno com um cabo de vassoura próximo ao aro para que quando o deficiente visual chegasse próximo o que estava com o cabo de vassoura fazia barulho batendo no chão. Gabriel também fez adaptação no piso da quadra colando fitas adesivas de espessuras diferentes para que o aluno soubesse se estava pisando na linha de fundo, na central ou no garrafão. Essas adaptações serviram de base para o artigo escrito pelos alunos.
Para Weverton, que tem deficiência visual total, o prêmio é um grande incentivo para que ele continue estudando e possa conquistar títulos como de mestre e doutor. Sobre o trabalho apresentado, diz que é de extrema importância para os portadores de deficiência visual. "Por meio do basquetebol não vamos deixar as pessoas com deficiência visual sem participar das aulas junto com a turma, com o professor no ambiente escolar e ter essa vivência. Para mim, trazer essa adaptação para as pessoas é motivo de alegria e é algo que vai contribuir futuramente com a minha vida e das outras pessoas com a mesma deficiência", ressalta. Ele destacou ainda a paciência do professor Gabriel durante a orientação do trabalho.
"Ser premiado pela SBPC foi uma grande honra, algo substancial para nossa formação, pois traz reconhecimento e demonstra que nosso trabalho foi realizado com esmero e tem potencial para contribuir com a educação básica", diz Silas Alberto que ressalta o trabalho como um processo de inclusão.
Os vencedores do prêmio receberão um diploma de reconhecimento e terão seu trabalho publicado em uma coletânea organizada pela SBPC/GO.
(Dirceu Pinheiro|Comunicação Setorial|UEG)