Acontece nesta quinta-feira, 21, no Câmpus de Ciências Exatas e Tecnológicas Henrique Santillo da Universidade Estadual de Goiás (CCET|UEG), o I Seminário de Diversidade, Cidadania e Direitos. O evento conta com palestras e apresentações musicais e teatrais voltadas para o tema “A adolescência como diferença: cultura e invenção de si”.
A disciplina Diversidade, Cidadania e Direitos é parte da matriz curricular de todos os cursos de Licenciatura da UEG desde o ano de 2015. De acordo com o professor Elton Fialho, diretor do CCET, o objetivo do Seminário é "reunir todos os alunos da disciplina em um momento comum, estimular a integração dos cursos e promover a diversidade dentro do Câmpus".
O professor de Diversidade, Cidadania e Direitos do CCET e coordenador do evento, André Luiz dos Santos, afirma que o evento busca discutir temas como gênero, sexualidade, questões raciais e étnicas e alcançar um caráter transdisciplinar.
Ele afirma que as instituições – família, escola, religião – oferecem pouco espaço para que os adolescentes possam se expressar e falar da própria adolescência. A ideia é proporcionar esse espaço. “O encontro de hoje é uma reflexão e a culminância de um trabalho que vem sendo desenvolvido desde 2018 e que visa unir os adolescentes e a Universidade”, completa.
O evento é realizado em parceria com a Secretaria Municipal de Cultura e a Escola de Teatro de Anápolis. Eva Cordeiro, secretária de Cultura de Anápolis, acredita que há poucas políticas públicas voltadas para a adolescência e que o Seminário abre espaço para essa discussão. “É uma troca. Quando trazemos o adolescente para o ambiente da universidade, sua perspectiva em relação a quem ele vai ser como pessoa se amplia. E a Academia, que por vezes é muito voltada para si mesma, se oxigena com esse contato com os adolescentes”, explica.
Teatro e inclusão
Antes da abertura oficial do evento, alunos da Escola de Teatro de Anápolis apresentaram a peça “Senhores e senhoras das moscas”, inspirada no romance “O senhor das moscas” de William Golding.
O professor André Luiz explica que a peça nos leva a refletir sobre o modelo tradicional de ensino praticado ainda hoje na maioria das escolas do País. “O que se discute é se é possível pensar em uma educação que não leve à violência”, reitera.
O evento foi fiel à sua proposta de inclusão, diversidade, cidadania e direitos: o aluno do 2° período de Matemática do CCET, Vagner Leite, pôde acompanhar a peça com o suporte de Luciane Albino, intérprete de Libras que atua no Câmpus.
“O aluno com deficiência auditiva também tem o direito de ter acesso à arte, de ser incluído em qualquer setor”, argumenta Luciane. Já Vagner explica que sem esse tipo de suporte não seria possível se integrar no contexto acadêmico. “Existe uma comunicação acontecendo e sem a ajuda da intérprete essa comunicação fica fragmentada”, completa.
(Daniel Prates|CeCom|UEG)