Uma das grandes preocupações do mundo moderno são as fake news - informações falsas proliferadas sem a preocupação com sua origem ou veracidade. No ambiente de trabalho, são ironicamente chamadas de "rádio corredor" ou simplesmente de "fofoca".
Devido ao grande avanço da tecnologia e internet, tornou-se comum receber notícias falsas em mensagens no WhatsApp e redes sociais, mas as fake news também são propagadas via conversas e bate-papos.
A Universidade Estadual de Goiás tem sido, nos últimos tempos, alvo de frequentes postagens e matérias de canais de comunicação de qualidade duvidosa. Tais matérias raramente divulgam as fontes de seus conteúdos que normalmente não resistem a uma averiguação mais criteriosa.
Divulgar fake news é um ato perigoso. Compartilhar informações falsas pode trazer riscos para o ambiente de trabalho, comprometer a produtividade de um setor, incentivar o preconceito e resultar em desavenças.
O Programa de Compliance Público traz esse debate para o campo profissional e se embasa no Decreto Nº 9.423/2019, que em seu art. 2° determina que "o servidor público deve valorizar a ética como forma de aprimorar comportamentos, buscando fundamentar suas ações nos princípios da justiça, honestidade, cooperação, disciplina, responsabilidade, transparência, civilidade, respeito, imparcialidade, independência funcional e igualdade".
A disseminação de fatos não averiguados fere, em muitos pontos, o que estabelece o Código de Ética e de Conduta Profissional do servidor público. Apesar de o Brasil ainda não possuir uma legislação específica sobre a divulgação de fake news, esta lacuna da lei não é impeditiva para uma eventual responsabilização de quem produza ou repasse notícias falsas.
As fake news podem ser profundamente nocivas para o ambiente profissional e para quem as divulga. Não se deve acreditar nem irradiar tudo que se lê ou ouve, pois ao se propalar notícias falsas, a imagem de quem as transmitiu se atrela a elas. Isso pode comprometer a imagem profissional de quem fala e de quem se fala a longo prazo.
O profissional deve ser reconhecido pelas atitudes positivas e não por polêmicas e postagens duvidosas. Quanto maior a exposição de uma pessoa, mais vulnerável ela fica. Critério em relação à exposição é imprescindível. Quem precisa se expor, deve fazê-lo com qualidade, respeito e bom senso.
Quando uma mensagem falsa é repassada como verdadeira, causa grande estrago até que seja averiguada e o desgaste profissional e moral provocado é, por vezes, irreversível. Antes de compartilhar alguma informação, é bom pensar nas consequências. Então, a grande dica para o gerenciamento ético das informações é "se não souber a origem/fonte da informação, não repasse".
(CeCom| UEG)