por Dr. Fábio Santos Matos
O grupo de pesquisa em Fisiologia da Produção Vegetal (http://fisiologiadaproducaovegetal.blogspot.com/) foi criado em novembro de 2010 pelo professor Dr. Fábio Santos Matos com o propósito de auxiliar a Universidade Estadual de Goiás (UEG) a formar líderes intelectuais no desenvolvimento de pesquisas científicas na área de ciências agrárias. Os objetivos dos trabalhos desenvolvidos são: 1- identificar estratégias de tolerância a estresses abióticos; 2- identificar o adequado balanço hormonal para maximizar o crescimento e/ou a produtividade agrícola; 3 - validar e recomendar práticas de manejo inovadoras para alcançar a maximização da produtividade agrícola.
O grupo de pesquisa é lotado no Câmpus Ipameri e é composto pelo orientador, cerca de 12 alunos de graduação dos cursos de agronomia e engenharia florestal, dois mestrandos em produção vegetal e uma bolsista de pós-doutorado. Anualmente, 15 estudantes são orientados pelo professor Fábio e juntos eles desenvolvem mais de 10 projetos de curta (12 meses) e longa duração (60 meses). As atividades são desenvolvidas em casa de vegetação, laboratório e campo.
As pesquisas são financiadas com recursos da Fapeg, CNPq, Capes e PrP-UEG. No decurso de seus nove anos de ação houve a captação de cerca de quinhentos mil reais em recursos externos para o Câmpus Ipameri e para o laboratório de Produção Vegetal, liderado pelo professor Fábio. A quantidade de equipamentos adquiridos superou a capacidade física do laboratório e recentemente o professor distribuiu estufas de secagem, câmara de germinação e balanças para outros laboratórios do Câmpus com o intuito de auxiliar um maior número de pessoas e executar os recursos financeiros vigentes.
O professor Fábio ainda é líder do Núcleo de Estudos Avançados em Plantas Agrícolas e Florestais - NEAP (www.neap.ueg.br), registrado no diretório de grupo de pesquisa do CNPq e ministra as disciplinas de Fisiologia Vegetal e Fisiologia da Produção nos cursos de Agronomia, Engenharia Florestal e Mestrado em Produção Vegetal.
Ao longo dos últimos seis anos (2013 a 2019) a linha de trabalho com hormônios vegetais (2- identificar o adequado balanço hormonal para maximizar o crescimento e/ou a produtividade agrícola) ganhou destaque a partir do desenvolvimento de pesquisas promissoras que incrementam a produtividade de grãos em plantas de soja e sorgo de forma significativa e economicamente viável. Os ensaios com soja e sorgo são executados em campo comercial em parceria com produtores rurais e têm despertado imenso interesse e gerado grandes expectativas pelos resultados positivos em termos de produtividade e rentabilidade econômica. O professor possui um projeto consistente com a hipótese de gerar e recomendar novas práticas agrícolas de aplicação de regulador vegetal em ambas as culturas. Estima-se que a recomendação esteja validada em um prazo máximo de cinco anos.
O uso de reguladores vegetais tem gerado resultados positivos em plantas de pinhão manso. A planta raramente chega a produzir 1kg de grãos naturalmente, no entanto, o uso de regulador proporcionou produção superior a 2kg/planta/ano. Esta espécie é potencial como matéria prima para produção de biodiesel, além de ser também utilizada na produção de biopesticidas, cosméticos e fabricação de fármacos através do látex que exerce atividades antimicrobianas, anticancerígenas e anti-inflamatórias. A planta é considerada xerófita e rústica, pois desenvolve-se bem sob condições edafoclimáticas adversas.
Uma prática comum em plantios de bananeira é arrancar a última penca de banana para forçar o enchimento e obtenção de frutos maiores. No entanto, um dos estudos desenvolvidos pelo grupo de pesquisa em fisiologia da produção indica que o melhor é não arrancar a última penca, mas sim aplicar um regulador vegetal que incrementa a “força do fruto” e proporciona maior produtividade. A pesquisa continua em andamento apresentando resultados promissores e inovadores no sentido de aumentar a rentabilidade para os produtores rurais.
As florestas plantadas estão em crescente expansão em todo o mundo e exprimem importante atividade econômica, no entanto, a obtenção de rentabilidade ocorre em longo prazo. O uso de reguladores vegetais pode incrementar o crescimento de plantas de eucalipto e reduzir o intervalo entre investimento e retorno econômico. As pesquisas com eucalipto estão avançadas e apresentam resultados inovadores na obtenção de plantas vigorosas em curto tempo, mas carecem de maior averiguação para sua recomendação em função dos ensaios em campo estarem em estágio inicial de investigação. O grupo de pesquisa foi recentemente premiado por seu trabalho de pesquisa com reguladores vegetais no 2º Simpósio de Ecofisiologia Aplicada a Agricultura, evento nacional realizado na Unesp – Botucatu, SP.
A linha de trabalho com reguladores vegetais é uma realidade que apresenta boa empregabilidade pela produção de inúmeros bioestimulantes por empresas que prestam assistência aos produtores através de vendas e apoio técnico. As pesquisas desenvolvidas na Universidade Estadual de Goiás, Câmpus Ipameri, visam atender a duas demandas: i) Formação intelectual de pessoal qualificado e apto a desenvolver estudos avançados, bem como replicar tecnologias em empresas públicas e privadas e ii) gerar nova prática de manejo com a inserção da aplicação de regulador vegetal em importantes espécies vegetais. Dessa forma, o grupo de pesquisa em Fisiologia da Produção Vegetal vem atuando no desenvolvimento social e tecnológico através do auxílio à formação humana e da criação de novas técnicas de manejo de plantas.
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