Espaço para troca de conhecimento entre estudantes, pesquisadores, agricultores, produtores rurais, empresas e outros sujeitos que compõem a rede agrária do Estado, a Semana de Ciências Agrárias (Seciag), do câmpus Ipameri da Universidade Estadual de Goiás (UEG), chega a sua décima primeira edição com a proposta de discutir as inovações tecnológicas aliadas às práticas de sustentabilidade. Com o tema “Inovações Tecnológicas e Sustentabilidade no Cerrado”, a XI Seciag ocorre paralelamente à II Jornada de Pós-Graduação em Produção Vegetal até essa quinta-feira, 25.
Segundo Alcione da Silva, uma das coordenadoras do evento, a discussão apresentada é fundamental para a área da Agronomia. “Muitas vezes é difícil vislumbrar uma prática que alie produtividade, qualidade e sustentabilidade. Entretanto, é fundamental para o campo que se pensem formas de gerir a produção com tecnologias que causem o menor impacto possível ao meio ambiente”, analisa.
Sustentabilidade, aliás, é a palavra de ordem no campo acadêmico atual (veja matéria sobre moda sustentável clicando aqui). Para a professora, as ciências se encontram com o olhar voltado para questão. Ela aponta que, em Ipameri, o cenário é bastante favorável para o fomento de discussões e perspectivas que vão além das temáticas empresariais.
Como ponto-chave para essa configuração, a professora cita o curso de Engenharia Florestal como ferramenta para fortalecer essa visão diferenciada. Por ser uma área na qual a sustentabilidade é bastante discutida, o curso acaba por fazer essa interlocução com o curso de Agronomia, tornando o ambiente acadêmico propício para essas discussões.
Pesquisa
O câmpus de Ipameri possui uma forte cena de pesquisa, consolidada nos últimos anos com a abertura do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu Mestrado em Produção Vegetal (PPGPV). Esse edição do Seciag conta com a partição de 250 pessoas e apresentação de 57 trabalhos acadêmicos.
Fato importante a ser ressaltado nesse universo de apresentações é a participação dos alunos de graduação do câmpus. Segundo a coordenadora, 60% dos trabalhos inscritos são de estudantes de graduação. “Esse contingente revela que há formação continuada de pesquisadores. Nosso câmpus tem essa característica. Os alunos iniciam essa caminhada na graduação e agora, com a pós-graduação, dão prosseguimento a suas pesquisas”, observa.
Os números indicam que grande parte dos pós-graduandos de Ipameri são ex-alunos dos cursos oferecidos no câmpus. Rodrigo Teles Mendes, técnico-administrativo do câmpus UEG Goiás e estudante do PPGPV, é um desses exemplos.
Bolsista de iniciação cientifica do CNPq, o pós-graduando percebe como produtiva essa inserção na pesquisa logo na graduação. Com interesse de buscar respostas às inquietações que surgiram das idas ao campo, Rodrigo observa que eventos acadêmicos com a Seciag cumprem um importante papel para a consolidação da pesquisa na Universidade. “É o espaço propício para a troca de ideias e discussões da área. E, além disso, é também uma possibilidade de mostrar a outros sujeitos da comunidade acadêmica a pesquisa como caminho possível”.
Trajetória semelhante é a dos acadêmicos do 6º período de Agronomia, Anne Silva Martins e Aparecido Alves Serafim, que participam de um projeto de pesquisa em Genética e Mutagênese. Bolsistas do programa de bolsa permanência da UEG e do PIBID, respectivamente, ambos percebem que os espaços de diálogos acadêmicos são um incentivo para dar continuidade no campo da pesquisa, pois aliam teoria e prática fugindo do esquema engessado de sala de aula. “O evento é muito interessante. E para nós, enquanto pesquisadores, acrescenta bastante em nossa prática”, afirma Anne.
A XI Seciag e a II Jornada de Pós-Graduação Vegetal encerram nesta quinta-feira com a palestra “Manejo de Nematóides”, com o engenheiro agrônomo Guilherme Castro, às 20 horas.
(CGCom|UEG)