Em uma atividade de campo inédita, pesquisadores da Universidade Estadual de Goiás e da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP), Campus de Rio Claro, se uniram em busca de evidências sobre a ocorrência de rochas sedimentares do Grupo Bauru, na cidade de Quirinópolis.
Participaram das atividades, realizadas no mês de novembro, o grupo de pesquisadores composto pelos professores Pedro Oliveira Paulo, paleontólogo e docente de Geologia e Paleontologia do Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas da Unidade Universitária da UEG de Ciências Exatas e Tecnológicas de Anápolis (UnUCET); Vandervilson Alves Carneiro, docente de Geologia e Mineralogia do Curso de Licenciatura em Química da UnUCET; Jean Carlos Vieira Santos, docente do Curso de Licenciatura em Geografia da Unidade Universitária da UEG de Quirinópolis e Reinaldo José Bertini, diretor do Núcleo de Evolução e Paleobiologia de Vertebrados da UNESP. Além destes professores, participaram das atividades os alunos Jourdan Calil, André Santiago Martins de Andrade e Caio Ravagnani Saad, das Unidades da UEG de Anápolis e Quirinópolis e da UNESP.
A atividade intitulada “Geologia do Grupo Bauru, na Serra da Confusão do Rio Preto”, está sendo conduzida no município de Quirinópolis, onde foram encontrados fragmentos fósseis de dinossauros. “A ocorrência de rochas sedimentares do Grupo Bauru, na região de Quirinópolis, tem fornecido, ao longo do tempo, uma rica assembleia fóssil constituída por peixes, testudinos, lacertiformes, crocodilomorfos, dinossauros carnívoros e herbívoros, especialmente provenientes dos estados de Minas Gerais e São Paulo”, ressalta o professor da UnUCET, Pedro Oliveira Paulo.
Ele explica que “apesar do rico histórico de organismos fósseis em outros estados, o registro fossilífero relacionado aos paleovertebrados do Cretáceo Superior, em Goiás, se resume unicamente a poucas citações com referências superficiais e ocorrências não confirmadas de teropodomorfos, dinossauros carnívoros, e sauropodomorfos, dinossauros herbívoros de pescoço longo”. A ideia dos professores é criar um grupo de pesquisa que enfoque a identificação e descrição geológica das sucessões sedimentares, ajudando, assim, a traçar o perfil de uma unidade do Grupo Bauru, chamada Formação Marília, cuja ocorrência e mapeamento, detalha o professor, foram objetivo do trabalho de campo.
Depois os pesquisadores pretendem criar um Projeto de Pesquisa com o intuito de reconhecer as unidades sedimentares da área e propor a coleta de fósseis. “A detalhada atividade de pesquisa e investigação nesta região, com o objetivo de identificar localidades potencialmente fossilíferas, permite um melhor entendimento do contexto goiano dos depósitos sedimentares, sua história evolutiva e a real ocorrência de outras unidades sedimentares mineiras e paulistas”, explica o pesquisador da UEG.
(Moema Ribeiro)