A promoção da igualdade de gênero na Ciência, com recorte étnico-racial e voltada para ações de sustentabilidade, é o foco de um Projeto em Rede Nacional desenvolvido pela Universidade Estadual de Goiás (UEG). Aprovado em novembro do ano passado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), na chamada nº 31/2023, o “Coletivo de Mulheres Cientistas em Rede: Igualdade de Gênero e Caminhos para Sustentabilidade” é coordenado pela professora Dra. Andreia Juliana Caldeira, do Câmpus Central, com sede em Anápolis (CET).
Cadastrado como uma iniciativa prioritária na UEG e tendo a Universidade como articuladora central, o projeto engloba 34 pesquisadoras e 16 instituições dos estados de Goiás, Paraná, Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina. Participam as Universidades Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e do Paraná (UFPR); Universidade de São Paulo (USP); Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz), três prefeituras do Rio de Janeiro e duas universidades dos Estados Unidos, entre outras instituições.
A proposta busca promover a discussão sobre sustentabilidade e o fortalecimento da atração de meninas e mulheres em carreiras nas áreas de Ciências da Natureza, Exatas, Engenharias e Computação, utilizando como estratégia a divulgação e popularização científica. Com previsão de execução em três anos ─ novembro de 2024 a novembro de 2027 ─, o projeto tem um fomento global de cerca de R$ 1,3 milhão. Atualmente, a proposta está em fase de estruturação para concessão de bolsas, o que deve ampliar o número de participantes.
Serão concedidas 169 bolsas de várias modalidades, como de Apoio à Difusão do Conhecimento (ADC); Apoio Técnico à Pesquisa - Nível Superior; Iniciação Científica; Iniciação Científica Júnior; e Pós-Doutorado Júnior. Os auxílios serão concedidos a partir da realização de editais internos em cada núcleo de projeto, que terá braços nos cinco estados integrantes, garantindo cotas para participantes negras e indígenas. Em Goiás, de acordo com a professora Andreia Juliana, devem ser implantados um núcleo central em Anápolis e outro em Aruanã, onde é desenvolvido o Programa Araguaia Vivo, focado na conservação e sustentabilidade da bacia do Araguaia, e que tem a UEG como parceira.
A professora explica que a ideia do projeto surgiu durante a pandemia, com um grupo de seis a oito mulheres que se reuniam virtualmente para discutir meios de promoção da igualdade de gênero na Ciência. A partir de então, o grupo criou um perfil no Instagram para impulsionar a iniciativa. A inclusão da proposta em chamada do CNPq, segundo a pesquisadora, atendeu a uma demanda da própria Reitoria da UEG, como forma de fortalecer a atuação de mulheres pesquisadoras, tendo a Universidade como protagonista.
Objetivos esperados
Além de incentivar a busca por igualdade de oportunidades, o projeto visa aumentar a visibilidade e o reconhecimento das contribuições feitas por mulheres cientistas, ajudando a diminuir estereótipos de gênero e preconceitos. Ao promover a inclusão, busca-se obter descobertas e inovações mais abrangentes e significativas, refletindo as necessidades e perspectivas de toda a sociedade. Em relação à educação básica, espera-se aumentar a conscientização sobre o papel das mulheres na Ciência desde cedo.
O banco de dados gerado pelo projeto servirá como uma ferramenta para educação científica, facilitando o acesso de estudantes e do público em geral a conhecimentos relevantes sobre as temáticas aplicadas, como valoração e uso sustentável de plantas do Cerrado, destacando propriedades nutricionais e medicinais. De acordo com a profa. Andreia, a proposta promove “a inter-relação entre pesquisadoras de diferentes regiões, diferentes áreas, com dinâmicas de trabalho altamente produtivas, para compor um grupo unido em torno do fortalecimento de nós, enquanto pesquisadoras, para entender o papel das mulheres nas instituições, criando maneiras de fortalecer o protagonismo da mulher e entender como está isso na UEG". Ressalta ainda que o processo fornecerá um mapa da Instituição nas perspectivas de gênero e étnico-racial. "Além disso, as bolsas concedidas podem ajudar a fazer com que meninas permaneçam na escola”, resume.
Confira as três metas do projeto “Coletivo de Mulheres Cientistas em Rede: Igualdade de Gênero e Caminhos para Sustentabilidade”:
(Comunicação Setorial|UEG)