As perspectivas para o setor Sucroalcooleiro são as mais otimistas. Desde a implantação do Proálcool, em 1975, nunca se registrou um horizonte tão promissor como o que se vislumbra para os próximos anos.
É relevante saber que a indústria sucroalcooleira acompanha a história do país desde os tempos de colônia, e no século XX alcançou expressão internacional plena com o etanol atingindo o status de commodities. Esse status provocou a necessidade de agregar tecnologia ao setor que recebia até então, características semiartesanais, como por exemplo, o bagaço de cana-de-açúcar, passou de rejeito à matéria-prima de geração de energia.
O setor Sucroalcooleiro transforma-se em um dos ramos mais promissores do agronegócio brasileiro. Um exemplo disso é reflexo no desenvolvimento de motores automotivos, capazes de utilizar na combustão, tanto a gasolina como o álcool. Segundo o reitor da Universidade Federal de Goiás (UFG), professor e engenheiro agrônomo, Edward Madureira Brasil, o álcool é menos poluente do que a gasolina, além de ser um combustível renovável e faz com que produção de cana-de-açúcar se torne útil no resgate de créditos de carbono da atmosfera. Ele ainda afirma que a cogeração de energia, utilizando o bagaço da cana-de-açúcar, também tem sido mais uma alternativa viável para o suprimento de energia renovável.
No ano de 2005, o governo brasileiro lançou o Plano Nacional de Agroenergia, em conjunto com a iniciativa privada e instituições públicas de pesquisa, com o intuito de direcionar e criar diretrizes para a política de produção e comercialização de agroenergia para o período de 2006 a 2011.
O Brasil não é apenas o maior produtor de cana- de açúcar. É também o primeiro do mundo na produção de açúcar e etanol e conquista, cada vez mais, o mercado externo com o uso do biocombustível como alternativa energética.
No exercício social encerrado em 31 de março de 2013, conforme dados do Ministério da Agricultura e Pecuária, o Brasil produziu próximo de 590 milhões de toneladas de cana-deaçúcar, sendo que a região Centro-Sul é responsável por aproximadamente 90% desta produção. Ainda dados da safra 11/12 da União da Indústria de Cana- de açúcar (ÚNICA), a região Centro-Sul é responsável por aproximadamente 90% da produção de etanol e 87% da produção de açúcar do Brasil.
A indústria sucroalcooleira nacional vive uma perspectiva positiva, investindo na recuperação de seus canaviais. Para os próximos cinco anos estima-se um crescimento anual de até 9%, segundo a UNICA. Para parametrizar o bom momento, destaca-se a média histórica de crescimento do setor, que é pouco superior a 7% ao ano.
Responsável por mais da metade do açúcar comercializado no mundo, o País deve alcançar taxa média de aumento da produção de 3,25%, até 2018/19, e colher 47,34 milhões de toneladas do produto, o que corresponde a um acréscimo de 14,6 milhões de toneladas em relaçãoaoperíodo2007/2008. Para as exportações, o volume previsto para 2019 é de 32,6 milhões de toneladas (MAPA, 2014).
O etanol, produzido no Brasil, a partir da cana-de-açúcar, também conta com projeções positivas para os próximos anos, devido ao crescimento do consumo interno. A produção projetada para 2019 é de 58,8 bilhões de litros, mais que o dobro da registrada em 2008. O consumo interno está projetado em 50 bilhões de litros e as exportações em 8,8 bilhões.
A cana-de-açúcar é um exemplo de cultura renovável e versátil, que pode ser utilizada como fonte de energia limpa e matéria-prima de produtos, a potência instalada nacional é da ordem de 124.410 MW, dos quais aproximadamente 8.974 MW, ou 6,77% do total nacional, consistem em geração a partir de bagaço de cana- de- açúcar.
Atualmente, existem no Brasil, aproximadamente 430 usinas em operação no país, com a adoção de novas tecnologias desde o plantio até a produção de açúcar, etanol e bioeletricidade, fortaleceram o setor, reconhecido mundialmente por seu pioneirismo e sua eficiência produtiva buscando o aprimoramento de mão de obra qualificada para garantir e dar continuidade ao sucesso do empreendimento.
Goiás é o segundo maior produtor de cana-de-açúcar do País. Esse aumento está concentrado nos estados que tiveram o maior aumento de novas unidades e corresponde à consolidação das áreas destas novas indústrias: São Paulo, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais e Paraná. Os dados são da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB). “Goiás é um dos estados que mais desenvolveram a cultura da cana-de-açúcar nos últimos anos, especialmente na última década. Isso aconteceu por conta de estímulos recebidos pelas indústrias, pelos produtores e também pelas características que nós temos para a produção dessa cultura: clima, solo fértil e os investimentos feitos pelo Governo do Estado na reconstrução de estradas e na estruturação dos incentivos para a implantação de novas indústrias em Goiás”, aponta o secretário de Agricultura, Pecuária e Irrigação, Antônio Flávio Camilo de Lima.
Pensando nos dados acima e na posição do estado de Goiás e sua importância no agronegócio e nas proposições didáticas pedagógicas para a efetivação dos pressupostos éticos, políticos e filosóficos quese fundamentam na justiça, respeito mútuo, participação, diálogo, reflexão, responsabilidade, solidariedade, dignidade humana e ética com a natureza. O Curso Superior de Tecnologia em Produção Sucroalcooleira tem projeção iminente pelos fatores a seguir:
a) aumento da demanda interna, face ao crescimento da frota de veículos leves bicombustíveis,
b) valorização e reconhecimento da qualidade do combustível brasileiro no cenário internacional.
c) crescente demanda por fontes de energia limpas e renováveis; uma vez que, a promoção deste setor industrial depende da ação positiva da natureza.
d) avanços tecnológicos na produção de cana-de-açúcar, que possibilitam a produção de produtos mais eficientes.
A UEG acompanha o boom nacional recente e a demanda internacional em suplantar a utilização de combustíveis fósseis, escassos e altamente poluidores por produtores de energia ecologicamente corretos bem como, formar especificamente profissionais capazes de compreender globalmente o processo de produção de álcool e açúcar, atendendo às necessidades específicas de cada mercado regional, nacional ou internacional, onde o Tecnólogo em Produção Sucroalcooleira encaixa-se perfeitamente nesse contexto.
No Câmpus - Mineiros, a UEG oferece o Curso Superior de Tecnologia em Produção Sucroalcooleira buscando cumprir sua missão institucional. Na região encontram-se instaladas as Usinas: Odebrecht Agroindustrial nos municípios de Mineiros (76 Km), Costa Rica (160 Km), Alto Taquari (130 Km) e Perolândia (50 Km); Raizen no Município de Jataí (120 Km), USJ no Município de Serranópolis (150 Km), Iaco Agrícola em Chapadão do Sul (140 Km), Cerradinho em Chapadão do Céu (100 Km) , Vale do Verdão em Maurilândia ( 260 Km ), Decal em Rio Verde (200 Km), USH em Santa Helena (230 Km) com grande produção anual.
Assim o Curso Superior de Tecnologia em Produção Sucroalcooleira, com duração de três anos com período semestral, além de suas especificidades apresenta um ponto forte que é um alto índice de empregabilidade.
Vislumbrando o contexto em que o setor sucroalcooleiro se apresenta na realidade desta região é que a UEG Câmpus - Mineiros criou o Curso Superior de Tecnologia Sucroalcooleira que assume um papel fundamental na formação específica de profissionais altamente capacitados para assumir tarefas que contribuirão decisivamente para o desenvolvimento desta atividade.
Neste sentido, a base epistemológica do Curso se dá no exercício da construção de conhecimentos que, além de gerar desenvolvimento, também esteja voltado para a satisfação das necessidades sociais e o respeito com os recursos da natureza, tendo em vista as gerações futuras.
A formação do Tecnólogo em Produção Sucroalcooleira norteia-se na qualidade de ser cidadão íntegro e emancipado politicamente, capaz de conduzir e posicionar-se diante de fatos, de forma coerente diante de uma sociedade complexa e competitiva.
O Curso foi estruturado para que o aluno, como cidadão, além de estar apto a atuar na sua profissão, seja capaz de refletir, entender e valorizar a dimensão humana bem como da capacidade da natureza relacionada com a Ciência e Tecnologia.
O Tecnólogo em Produção Sucroalcooleira não deverá apresentar apenas uma formação voltada para o atendimento das demandas do exercício profissional específico, mas saber fazer do uso de seu conhecimento, transformando-o em ações responsáveis no contexto em que está inserido.
O Curso Superior de Tecnologia em Produção Sucroalcooleira da Universidade stadual de Goiás tem características especiais e visa formar e qualificar profissionais aptos a compreender globalmente o processo de produção sucroalcooleira e auxiliar o aluno na aquisição de competências e habilidades necessárias à atividade profissional incentivá-lo à busca da imprescindível capacidade de autoinstrução, fundamental para o desenvolvimento profissional, tendo a justiça, a cidadania e a ética profissional como padrão de
comportamento.
O Curso Superior de Tecnologia em Produção Sucroalcooleira tem como objetivo, atender à demanda por profissionais qualificados para atuarem no setor do Agronegócio da
produção sucroalcooleira.
Propõe-se a formar solidamente profissionais habilitados a desenvolver atividade sucroalcooleira e aplicação de conhecimentos em processos e serviços, para o gerenciamento e planejamento dos recursos agroindustriais, da produção e otimização da cultura da cana-deaçúcar, da tecnologia da produção do açúcar e do álcool, das instalações agroindustriais, do transporte, frotas e adequação da tecnologia da mecanização da cultura da cana-de-açúcar, cogeração de energia e demais atividades que completam a integração da produção com as demais funções empresariais.
O curso ainda tem por objetivo possibilitar aos acadêmicos do curso tecnologia em produção Sucroalcooleira, o crescimento pessoal integral, mediante o desenvolvimento do
senso crítico e da percepção dos valores éticos e de cidadania, que se refletirão nas ações ligadas ao relacionamento humano, na gestão de pessoas, nas ações de direitos e deveres do cidadão e nas ações de preservação ambiental e desenvolvimento sustentável.
Fonte: PPC do Curso