A Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) promoveu, na terça-feira, 19, várias atividades alusivas às comemorações do Dia da Consciência Negra, em 20 de novembro. Uma dessas atividades foi a sessão de cinema “Nepretude”, onde foram exibidos vários curta-metragens e vídeos sobre a cultura negra e participação de artistas negros no cinema brasileiro. Também ocorreu uma roda de debate sobre o tema.
O objetivo do evento foi promover a valorização e o protagonismo da população negra nas artes cinematográficas e no audiovisual do Brasil, dentro das comemorações do Dia da Consciência Negra, 20, data simbólica e de extrema importância para a comunidade.
Estudantes, acadêmicos e servidores da Casa de Leis tiveram a oportunidade de assistir a filmes voltados à realidade negra, que destacam personagens negros em papéis centrais e tratam de questões relevantes dessa parcela da sociedade.
Entre os organizadores, esteve a servidora da Alego Raquel Eshilley. Ela explicou que o termo “Nepretude” é a junção de “pretitude”, para quem se identifica como preto, e “negritude”, para quem se identifica como negro, e que o evento reúne produções de alunos e formados do curso de Cinema e Audiovisual da Universidade Estadual de Goiás (UEG).
Para uma plateia de 77 pessoas, foram apresentados seis filmes, sendo três curta-metragens, dois videoclipes e um vídeo experimental, entre eles:
O produtor e cantor Faell trabalha numa empresa de audiovisual, a Plural, a maior produtora de audiovisual de Goiás. Ele, que tem vida de artista em segundo plano, considera a realização do Nepretude um grande avanço para o Estado. “A Alego está fazendo um trabalho excelente em Goiás, que é dar voz, não só para os artistas, mas principalmente para a cultura preta, ainda mais para mim, que sou do Hip Hop, uma cultura que não é tão forte em Goiás, onde predomina o sertanejo”, afirma.
O professor Sandro de Oliveira, um dos organizadores da sessão de cinema, destacou que a sessão de cinema Nepretude, durante as comemorações da Consciência Negra na Alego, foi de extrema importância para essa nova safra de produtores do cinema e audiovisual. "Se a gente conseguir, entre as 77 pessoas, que uma seja tocada pelo audiovisual e comece a assistir mais filmes goianos e a participar de mais eventos do cinema, teremos atingido nosso objetivo, que é levar a cultura negra à sociedade", destacou.
Raquel Eschilley discorreu sobre a questão racial no Brasil. "A nossa luta contra o racismo sempre vai existir: desde quando acordamos até quando adormecemos. O Dia da Consciência Negra, 20, é somente para reafirmar nossas lutas. O racismo sempre vai existir, mas nós estamos de pé lutando contra.”
Programação
Na programação, os participantes também puderam participar da Roda de Conversa, com convidados acadêmicos e especialistas, para debates temáticos sobre a história da participação negra no cinema, do desenvolvimento da consciência crítica sobre os estereótipos e representações da população negra nas mídias audiovisuais.
Também foram debatidos os impactos dessa leva de profissionais do audiovisual na comunidade cinematográfica e da percepção social na sociedade sobre os avanços das narrativas das vidas das pessoas negras presentes nas produções exibidas.
Nos debates, mediadores e plateia puderam avaliar as perspectivas futuras para o aumento da inclusão negra nas produções audiovisuais; discutir sobre as ações necessárias para estimular os profissionais negros nas produções cinematográficas e criar um ambiente de diálogo entre os estudantes, acadêmicos e especialistas, a fim de incentivar a troca de ideias sobre a inserção da população negra no universo do cinema e no audiovisual.
A atividade foi idealizada por Raquel Eshilley, servidora da Alego e aluna do curso de Cinema e Audiovisual da Universidade Estadual de Goiás (UEG), por meio da Seção de Atividades Culturais, em parceria com o projeto de extensão Clube Laranjeiras, coordenado pelo professor Sandro de Oliveira, ambos mediadores dos debates. Também contou com a participação dos alunos e curadores Antônio Augusto Ribeiro, Nikolas Nogueira Santos e Samantha Ilmeida Charlette Kpatoukpa.
Texto por Agência Assembleia de Notícias