A dúvida move o mundo
É por levantar questionamentos e inquietações que cientistas fazem descobertas, que artistas produzem suas obras, que a economia encontra oportunidades de mercado e com isso, a sociedade se desloca rumo ao futuro.
Diante deste momento celebrativo que aqui estamos, alguém poderia perguntar: “para que serve o FICA?”, por qual motivo é importante investir tanta energia, mobilizar tantas pessoas e aplicar recursos públicos em um festival de cinema e vídeo ambiental?
As respostas poderiam ser variadas, mas é preciso destacar alguns pontos:
O cinema, com sua força motriz, capaz de agregar o desenvolvimento cultural, capta, em cada tempo histórico, as marcas de seu tempo, por meio do livre pensamento de seus autores e autoras, e gera na multidão de espectadores sensações, reflexão e sobretudo, atitudes.
Quando olhamos para a cultura a partir do viés econômico, é possível observar o quanto ela contribui para a constituição do PIB de uma região, de um país. Além da relevância natural que as ações culturais já possuem, o impacto econômico por elas gerados são muito relevantes.
Segundo o instituto Mauro Borges, do governo do Estado de Goiás, o segmento de arte e cultura corresponde a 2,9% do PIB de Goiás. Quando acrescentamos a esse número a participação das outras áreas da economia criativa, essa participação chega a 6,9% no PIB de Goiás.
Para fazermos uma comparação, segundo o IBGE, o setor de turismo contribuiu em 2019, ou seja, antes da pandemia, com 3,7% do PIB nacional. Olhando esses dados, é possível notar que o setor de arte, cultura e economia criativa, participa com praticamente o dobro na constituição do PIB.
Não é possível desconsiderar estas evidências numéricas e o impacto positivo e a relevância do investimento e do fomento público em cultura, já que, segundo dados da Lei Rouanet, a cada 1 real investido por meio de fomento público, há o retorno de r$ 1,60 em imposto aos cofres públicos.
Diante de tantas evidências, quando retomamos a pergunta: “para que serve o FICA?”, por qual motivo é importante investir tanta energia, mobilizar tantas pessoas e aplicar recursos públicos em um festival de cinema e vídeo ambiental?
Uma possível resposta é de que ele alimenta e fermenta a nossa cultura, em Goiás e no Brasil, ele mobiliza pessoas em torno de um tema urgente e primordial, que é o nosso cuidado com a nossa casa comum, mas também, por que ele gera emprego, renda e impostos na cidade de Goiás, naquela região e neste estado de Goiás.
Então, o FICA, para além de um evento, é preciso ser pensado enquanto política pública dos governos de Goiás e da cidade de Goiás.
Que diante de tudo que este festival já fez por esta terra goiana, é preciso que ele se torne, assim como a cidade de Goiás, patrimônio do povo de Goiás, do brasil e do mundo.
Prof. Marcelo Costa
Docente do curso de Cinema e Audiovisual da UEG
Doutor em Arte e Cultura Visual
Coord. do CriaLab|UEG