O mundo do trabalho vive de uma dinâmica própria de constantes avanços que requer das Instituições Educacionais capacidade de resposta e atualização conforme o dinamismo e novas necessidades do mercado, contudo, sem cair na postura pragmática e utilitarista das efemeridades e imposições meramente mercantilistas. A Educação Superior, neste contexto, deve “pautar-se por princípios claros, que coloquem em primeiro lugar o ser humano, o meio em que vive, as relações que estabelece com vistas a um homem crítico, questionador e capaz de propor e articular conhecimentos com as tecnologias e fazer o seu uso no ambiente social, laboral, público e privado” (LIMA, 2003, p. 15). As propostas e estudos educacionais contemporâneos que tratam da complexa relação entre formação superior e mundo do trabalho apresentam aspectos que valorizam o processo de desenvolvimento pessoal e interpessoal, integrando os fatores cognitivos, motores, afetivos e sociais. Mais importante do que aprender a fazer, é fundamental que as instituições educacionais deem conta de desenvolver no aluno as atitudes referentes aos quatro pilares da educação conforme colocado por Delors (1996): aprender a aprender, aprender a fazer, aprender a ser e aprender a conviver. |
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DEMO (1997, p. 18-21) acrescenta que a Educação Superior deve ser balizadora para o exercício consciente da cidadania, permitindo a compreensão da complexidade do mundo globalizado, ao mesmo tempo em que valoriza e vivencia as características e culturas locais, com adequada qualidade formal e política, entendendo-se pela última, a capacidade de se posicionar, intervir e provocar mudanças no ambiente social que vive e agir como sujeito ativo do processo histórico. No curso de bacharelado, ainda deve-se ter em mente os processos de iniciação científica, que deve permear toda a formação, procurando desenvolver no aluno a percepção de que a realidade é mutante e os conhecimentos nunca estão prontos e acabados, surgindo daí a necessidade não de reprodução do saber, mas de investigação e proposição de questionamentos e indagações que conduzam a estudos para o aprimoramento das técnicas, métodos, processos, instrumentos, softwares, hardware e metodologias na área de SI. O processo ensino-aprendizagem trata da dinâmica e a interação entre professores e alunos nos processos de construção, desconstrução e reconstrução do conhecimento, devendo ser balizado pelos princípios previamente discutidos. Consequentemente, para o processo ensino aprendizagem do curso de Sistemas de Informação optou-se, como referencial norteador, os elementos de intersecção que envolvem a abordagem cognitivista e o sócio-interacionista para alcançar os desafios de educar para um contexto social em constante mutação e em uma sociedade complexa. Nesta abordagem o professor se desloca do papel de repassador de conteúdo para uma atuação de orientador do processo de aprendizagem do aluno e arquiteto de estratégias cognitivas, buscando desenvolver no discente uma postura ativa e colaborativa que possibilite a construção e reconstrução do conhecimento e a capacidade de aprendizagem ao longo da vida, a tão propalada educação continuada. A aprendizagem, neste contexto, se desenvolve em um contexto rico de interação onde o conhecimento se constrói através da rede de interação entre professores e alunos, por intermédio de uma teia colaborativa onde o desenvolvimento e a sistematização do conhecimento é o foco. Consequentemente, para dar conta deste contexto, o professor precisa estar preparado, tanto com conhecimento especializado da área de Sistemas de Informação, como também buscar desenvolver e aprimorar os aspectos pedagógicos para atuação como educador. Este desenvolvimento do docente deve ser contínuo e uma meta constantemente a ser perseguida pelos colegiados do curso, desenvolvendo também entre os professores uma postura colaborativa tendo como foco a prática da inter e transdisciplinaridade, com vistas a auxiliar o aluno na compreensão das partes (conteúdos das disciplinas) em inter-relação com todo o conteúdo do curso e da formação, recompondo um todo complexo, holístico e sistêmico. Logo, a recomposição e visualização das partes (visão analítica e especializada) deve remeter a compreensão do todo (visão sintética e generalista), possibilitando o entendimento dos saberes de forma articulada, integrada e interdependente. No que se refere ao universo específico de Sistemas de Informação, a nossa sociedade está a cada dia mais dependente de softwares para execução de tarefas nas mais diversas áreas. Os programas de computador afetam direta ou indiretamente a vida de todos, pois manipulam dados relativos às vidas dos cidadãos e o resultado de seu processamento provê serviços à sociedade que podem causar grandes benefícios ou enormes prejuízos. Neste contexto o curso de Sistemas de Informação foi concebido para levar conteúdos que propiciam aos alunos os conhecimentos necessários para utilizar as tecnologias da informação no desenvolvimento de soluções que tragam grandes benefícios à sociedade, se preocupando não só com a qualidade técnica, mas também com os aspectos éticos e humanos que devem nortear tanto o desenvolvimento quanto a aplicação destas soluções. As linhas mestras do curso são o trabalho das competências técnicas, cognitivas, humanas e sociais necessárias para a informatização de sistemas de informação, o desenvolvimento de pesquisa no sentido de aumentar a qualidade dos softwares produzidos e a utilização destes conhecimentos para propor novas soluções para problemas de nossa sociedade. Transversalmente a todas as disciplinas serão trabalhados os aspectos humanos e éticos envolvidos na aplicação das técnicas assimiladas e desenvolvidas. |