A Universidade Estadual de Goiás (UEG) realizou na última sexta-feira, 11, na Unidade Universitária (UnU) de Itumbiara, a Cerimônia Oficial de Entrega do Jaleco para 28 estudantes de Medicina do primeiro semestre de 2024 do Câmpus Sul – UnU Itumbiara. Tradicional entre acadêmicos da área de saúde, o evento simboliza o início da trajetória acadêmica e o compromisso dos alunos com a futura profissão.
Estiveram presentes à solenidade o reitor da UEG, prof. Antônio Cruvinel; a diretora do Instituto Acadêmico de Ciências da Saúde e Biológicas da Universidade, profa. Michelle Ferreira de Oliveira; a coordenadora da UnU Itumbiara, profa. Yara Oliveira e Silva; o coordenador do curso de Medicina, prof. Victor Fernandes de Freitas; e o médico e docente do curso de Medicina Jean Cesar Paresoto Rodrigues, que falou sobre a importância da formação médica. O ambiente festivo contou ainda com a presença de outros docentes e servidores técnico-administrativos da unidade, além de parentes e amigos dos estudantes. Em um gesto significativo, pais e familiares dos alunos foram convidados a entregar os jalecos aos futuros médicos, reforçando os valores de responsabilidade e dedicação à profissão.
Na abertura da solenidade, o reitor Antônio Cruvinel destacou a importância do momento para a Universidade, recordando que, ao iniciar sua gestão em 2021, o curso de Medicina enfrentava sérias dificuldades. "Estar aqui hoje encerra um ciclo de muita luta que durou três anos", afirmou, agradecendo a todos que contribuíram para a manutenção e melhoria do curso. Ele enfatizou os investimentos feitos, incluindo a realização de concursos, melhorias em laboratórios e aquisição de equipamentos. "Preciso agradecer ao governo do estado, que em momento algum me negou um centavo sequer para que pudéssemos restaurar o curso."
Cruvinel também ressaltou a importância de os alunos compreenderem o significado da UEG. "Vocês nunca mais deixarão de levar o nome da UEG. Então, é importante entender que universidade é essa", disse, destacando que a Instituição atende principalmente filhos de famílias com renda de até três salários mínimos. "O poder transformador que essa universidade causa na vida das pessoas é imensurável. Quase sempre, quando [os acadêmicos] colam grau, ouço testemunhos como 'esse é o primeiro da nossa família que consegue concluir um curso superior'", comentou.
Dirigindo-se aos estudantes, o reitor afirmou: "De hoje em diante, simbolicamente, estão assumindo um compromisso pela vida. E essa universidade se esforçará para dar a melhor formação que vocês necessitam, porque o povo goiano se interessa em formar médicos que salvam e promovem vidas, mas que olhem para o humano, e não [apenas] para o dinheiro. Se não for assim, não serão dignos do jaleco que irão receber hoje. E o povo goiano espera que vocês sejam dignos", reiterou.
Confiança e apoio
Em seu discurso, a coordenadora da UnU Itumbiara, profa. Yara Oliveira, agradeceu aos pais pela confiança depositada na UEG para a formação de seus filhos. "Essa confiança traz uma responsabilidade muito grande e um compromisso para os próximos seis anos", ressaltou. A coordenadora assegurou que a UEG está empenhada em atender às expectativas dos alunos e suas famílias ao longo da formação, compartilhando sua certeza de que os estudantes vivenciarão uma jornada repleta de desafios e conquistas. "Vai haver um momento em que vocês vão pensar em desistir; que poderão achar que estão fraquejando, mas não estarão. Fácil com certeza não será, mas vocês serão fortes o suficiente. E podem ter certeza de que estaremos juntos", concluiu.
Já a diretora do Instituto Acadêmico de Ciências da Saúde e Biológicas da UEG, Michelle Ferreira, enfatizou a Cerimônia de Entrega do Jaleco como um marco essencial. "O jaleco que vocês vão receber não é apenas o símbolo de uma nova etapa acadêmica. Ele representa o compromisso com a ética, o respeito ao próximo e a busca incessante do conhecimento que vai guiar seus passos como futuros médicos. Vestir o jaleco significa que estão no caminho da missão de cuidar e transformar vidas", afirmou, reforçando o papel do corpo docente da UEG. "Junto com nosso competente corpo docente, que tem se fortalecido ao longo dos anos, vocês serão preparados para atuar com excelência, sensibilidade e humanidade, valores que prezamos na nossa formação. Desejo que este momento seja inspirador e que sempre se lembrem que, mais do que cientistas, profissionais e estudantes, vocês são agentes do cuidado e da empatia", destacou.
Emoção e motivação
Durante a solenidade, a aluna Sophia Azevedo Hexsel proferiu um discurso em nome da turma, destacando o longo percurso que os estudantes enfrentaram para ingressar no curso mais concorrido da Universidade - a seleção contou com mais de 333 candidatos disputando uma vaga.
Com um tom motivacional, ela ressaltou o tempo dedicado aos estudos, muitas vezes privando os estudantes da convivência com pais, amigos, namorados e namoradas. Sophia também enfatizou os desafios da profissão: "A Medicina nos chamou. Alguns lutaram contra, mas há uma força maior que nos empurrou e nos fez escolher uma profissão que não é agradável e, nos dias de hoje, vive uma romantização. Tocaremos em feridas físicas, ulcerações, assuntos sensíveis, íntimos e vergonhosos e tocaremos em almas calejadas e fragilizadas. Temos esse privilégio de enxergar o humano em seus mais variados aspectos", ressaltou.
Os discursos da noite foram acompanhados por estudantes, pais, amigos e parentes emocionados, como a família da acadêmica Dandara Vitória de Melo, que levou uma comitiva de 15 pessoas, vindas de Firminópolis (GO), especialmente para festa. O grupo incluía seus avós, José e Noeme Rodrigues, e sua mãe, a professora Deusa Melo. Orgulhosa da filha, Deusa compartilhou que a estudante de 19 anos sempre quis estudar Medicina. Na UEG, passou na primeira vez que prestou o vestibular da instituição. "A cerimônia do jaleco é um momento único, tão esperado por mim e por toda a família dela. Quero agradecer a Deus e à UEG pela oportunidade de ela estar aqui".
Dandara também expressou sua satisfação: "Estou muito contente com a oportunidade que me foi concedida, agraciada ainda mais pelo fato de ser nessa instituição de qualidade que é a UEG."
Sem conter as lágrimas após colocar o jaleco branco no filho, o pai Jaime Regis Lobato resumiu a representatividade do momento: "Eu sou químico e professor, filho de nordestino e de uma negra de Porto Nacional (TO). É uma satisfação imensa estar aqui realizando o sonho do meu filho. Não pela profissão de médico, mas pela essência e a luta a qual ele se dispôs a ter. É uma conquista para a família. É o primeiro médico! Agradeço à UEG por acolher meu filho, aos colegas e à cada docente dessa universidade", afirmou.
(Comunicação Setorial|UEG)