O Laboratório de Geoprocessamento localizado no Câmpus Nordeste - Sede: Formosa tem como foco o emprego de tecnologias geoespaciais (Geotecnologias), como o Sistema de Informações Geográficas e o Sensoriamento Remoto, na análise de fenômenos geográficos e das inter-relações entre diferentes processos temporais e espaciais.
Criado no segundo semestre de 2023 e ocupando um espaço físico de aproximadamente 21m², o Laboratório de Geoprocessamento possui equipamentos básicos essenciais à coleta, processamento e análise de dados geoespaciais, tais como plataforma de sensoriamento remoto (drone/sistema de aeronave remotamente pilotada - RPA), computadores (desktop e laptop) e softwares (QGIS, GRASS GIS, ArcMap, OpenDroneMap/WebODM, Map Pilot Pro, Drone Harmony e R/Rstudio).
Embora o escopo do laboratório admita uma ampla gama de possibilidades de projetos, as pesquisa atualmente em execução podem ser enquadradas nas seguintes linhas: análise espacial em paisagens antrópicas, monitoramento e avaliação de áreas protegidas e Geotecnologias aplicadas à análise ambiental.
PESQUISA
As áreas protegidas têm passado, no Brasil, por uma degradação do seu arcabouço legal e tem gerado um retrocesso, sob o ponto de vista conservacionista, no gerenciamento das ações antrópicas no entorno das unidades de conservação (UC). No Cerrado esta conjuntura se soma a um contexto territorial que tem havido mudanças profundas no uso e cobertura do solo, estabelecendo as áreas circunvizinhas das UC como um espaço legítimo à obtenção de informações que as caracterize em termos da estrutura da paisagem, uma vez que o uso antrópico da terra neste espaço pode alterar negativamente as funções ecológicas e a biodiversidade desta área protegida. Neste sentido, o presente projeto tem como principal objetivo analisar a estrutura da paisagem no entorno de unidades de conservação de proteção integral do Cerrado. Para tal, serão utilizadas métricas da paisagem, as quais quantificarão a composição e a configuração da paisagem de três conjuntos de unidades amostrais: um que contemplará as zonas de amortecimento das UC que possuírem tal delimitação; outro que será constituído por uma área de proximidade (buffer) com raio de 10 km em relação à unidade de conservação, para os casos em que esta não possua zona de amortecimento; e o terceiro, que compreenderá buffers de10 km distribuídos aleatoriamente no Cerrado em espaços que não se sobreponham a quaisquer UC ou as áreas das duas outras unidades amostrais. As medidas obtidas servirão de base à caracterização da estrutura da paisagem dos conjuntos e comparação destas e ao reconhecimento da estrutura que melhor condiz à manutenção de processos ecológicos.
As mudanças na paisagem causadas pela antropização são os principais impulsionadores de impactos ambientais prejudiciais, como desmatamento, fragmentação de habitats, declínio da biodiversidade global e interrupções na estrutura e funcionamento dos ecossistemas. Dessa forma, tradicionalmente entende-se que o desenvolvimento econômico muitas vezes é conflitante com a preservação do meio ambiente e, em geral, há relação inversa entre a renda per capita e os indicadores de degradação ambiental. Nesse contexto, o desenvolvimento e uso de indicadores de sustentabilidade visa atribuir um valor que descreva a complexidade e a qualidade dos aspectos social, ambiental e econômico. Assim, o objetivo geral nessa atividade será avaliar a dinâmica espaço temporal do uso da terra, revelando padrões de desmatamento e fragmentação de habitats na bacia, permitindo desenvolver um índice de sustentabilidade para as diversas sub-bacias do rio Araguaia e a elaboração de cenários prognósticos.
Além do Laboratório de Geoprocessamento, o Laboratório de Macroecologia (Macro Lab), da Universidade Federal de Jataí, também participa da coordenação desta atividade.