O artista visual e educador indígena José Alecrim, pertencente à etnia Memōrtrümre-Canela, da região de Barra do Corda, no Maranhão, tem se destacado em Goiás por seu trabalho na promoção da educação antirracista e do letramento visual indígena. Graduado em Design pela PUC-Goiás e pós-graduando em Ensino de Artes Visuais pela Universidade Federal de Goiás, José atua no Centro de Estudo e Pesquisa Ciranda da Arte - SEDUC-Goiás, onde contribui para a formação de professores, estudantes e na produção de materiais didáticos para a Rede Estadual de Ensino.
O trabalho de José é especialmente relevante em um contexto em que a implementação da lei nº 11.645/08, que torna obrigatório o ensino da história e cultura indígena e afro-brasileira nas escolas, ainda enfrenta desafios. Através de suas atividades, ele busca combater estereótipos e promover uma compreensão mais profunda e respeitosa das culturas indígenas.
O letramento indígena vai além da simples alfabetização. Ele envolve a valorização das línguas, saberes e práticas culturais dos povos indígenas, permitindo que estudantes indígenas se reconheçam e se afirmem dentro do ambiente escolar. Para a sociedade em geral, o letramento indígena é fundamental para a desconstrução de preconceitos e a promoção de uma educação inclusiva e plural.
No entanto, expressões cotidianas e preconceituosas ainda são frequentes, como "programa de índio", "pegar a laço" e "índio não gosta de trabalhar". Esses termos carregam estigmas e refletem uma visão distorcida e desrespeitosa dos povos indígenas. José Alecrim trabalha para desconstruir essas narrativas, destacando a diversidade e riqueza das culturas indígenas e suas contribuições para a sociedade brasileira.
Além de sua atuação na educação, José também tem experiência em projetos gráficos, ilustração editorial e produção de livros, sempre com o foco na valorização das culturas indígenas. Seu trabalho é um exemplo da importância de integrar o letramento indígena nas políticas educacionais, visando a construção de um país mais justo e igualitário.
© Morpheus 2016. >> Desenvolvido pela Universidade Estadual de Goiás. Todos os direitos reservados.