Primeiro Dia - Painel de Abertura

12/06/2024

Roteiros: quem ou o quê escreverá?

 

Primeiro dia do Encontro das Escolas de Cinema e Audiovisual debate ponto crucial dos novos adventos tecnológicos: as fronteiras entre autoria e inteligência artificial na roteirização

 RODADECONVERSA1_1_

     O painel de abertura do 3º Encontro das Escolas de Cinema e Audiovisual do Brasil Central reuniu especialistas para uma conversa sobre o impacto da I.A. na realidade dos roteiristas de cinema e produções audiovisuais. Dirigiram o debate o presidente de Associação Brasileira de Roteiristas e Autores (ABRA), André Mielnik, a professora Jô Levy, da UEG, e a secretária da Comissão Especial de Direito Autoral do Conselho Federal da OAB, Paula Vergueiro.

     Até então considerados o último reduto da cadeia produtiva que não utilizava I.A. em seu trabalho, a roteirização convida profissionais e estudiosos a um debate por vezes desconfortável: como falar de autoria criativa em produções que utilizam inteligências artificiais generativas cada vez mais aptas a criar e desenvolver o que antes máquina nenhuma conseguiria fazer? Para a professora Jô Levi, este é um debate urgente: “Apesar de ser uma presença ainda incômoda, a I.A. já faz parte da produção de roteiros.”

     Para Mielnik, presidente da ABRA, as previsões sobre a I.A. na indústria criativa devem ser avaliadas com prudência: “A premissa de que a I.A. pode reconfigurar a indústria a qualquer custo é irrealista. Existe um investimento tremendo a se fazer em capacitação. Isso parte da compreensão de que elas são ferramentas e não fábricas autônomas. Se a I.A. de fato pode revolucionar o modo como escrevemos filmes, podemos remontar a ideia do filme falado e como ele mudou a indústria e as inovações que ele representou.” Essa opinião é compartilhada por Paula Vergueiro, que não se vê no grupo dos “apocalípticos”, mas considera importante ressaltar que a fragilidade do roteirista não é um problema recente: “A fragilidade do roteirista sempre existiu, por ele ser aquela figura invisível, que não está no set de filmagem, nem atrás e nem à frente das câmeras.

     O Encontro é uma cooperação entre a Universidade Estadual de Goiás – UEG, por meio do curso de Cinema e Audiovisual e do CriaLab UEG, com a Secretaria de Estado da Cultura de Goiás – Secult/GO, conta com o apoio da UFG e da Fundação RTVE e acontece durante o Festival Internacional de Cinema Ambiental – FICA 2024.

     Confira a programação completa pelo link.