O que se faz em 26 anos?
Pelo menos 26 colheitas de pequi no campo e, com sorte, até 52 temporadas de coleta de jabuticabas nativas no quintal – frutos de sabor intenso e presença marcante, como o povo que os cultiva: resistente, generoso, de raízes fundas e história viva. Ou 52 ciclos de colheita de milho convencional no coração do Cerrado, onde o tempo também se mede em estações e produtividade.
Em 26 anos, uma menina dá seus primeiros passos, tropeça, aprende, cresce – e chega à formatura, ao mestrado, talvez até ao doutorado, enquanto acompanha, em projetos de alfabetização, as primeiras letras de jovens e adultos que, só em outro tempo e ritmo, tiveram a oportunidade de começar a estudar.
Um filho se torna pai, e agora segura nos braços quem um dia caminhará pelo mesmo solo de cerrado – exigente em cuidado e correção, mas que, se cultivado com conhecimento e responsabilidade, sustenta colheitas, ideias, saberes e modos de vida.
Vinte e seis carnavais, invernos secos e verões escaldantes. Um professor assiste, com olhos marejados, à sua primeira turma se formar e depois, dezenas, centenas de gerações.
Um laboratório que começa com uma lupa nas mãos trêmulas de um estudante, hoje opera tecnologia de ponta, expandindo as fronteiras do saber e da inovação.
Em 26 anos, muda-se o país, o mundo, os sonhos. E uma universidade inteira floresce, com raízes profundas na terra goiana e galhos que se espalham para formar o amanhã. É esse o tempo que a Universidade Estadual de Goiás percorre desde a sua instituição, em 1999. Não apenas anos, mas vidas, transformações, descobertas.
A UEG nasceu do desejo de unir saberes e ampliar horizontes. Começou como um mosaico de faculdades isoladas, espalhadas por todo o território goiano, e se tornou uma só – grande, plural, pulsante. Está presente em 39 municípios, formando não apenas profissionais, mas cidadãos, pensadores, transformadores.
Neste 2025, ao celebrar seus 26 anos, a UEG não relembra apenas datas. Ela homenageia projetos construídos coletivamente – ainda que, muitas vezes, nascidos do esforço individual de servidores, alunos ou gestores. E a cada um desses anos, um marco, um passo à frente, uma conquista, uma bandeira levantada.
Ao longo deste texto, revisitaremos alguns desses principais momentos – um por ano, escolhidos com o cuidado de quem folheia um álbum, onde cada página revela um capítulo de uma história em permanente construção.
Marco histórico para o ensino superior em Goiás: nasce a Universidade Estadual de Goiás, resultado da incorporação de 15 instituições isoladas. Com ela, a população goiana passa a ter acesso à educação superior sem precisar se deslocar para os grandes centros urbanos. Já em seus primeiros passos, a Universidade encampa um dos maiores programas de formação docente da história do estado: as Licenciaturas Plenas Parceladas Estaduais (LPPEs), projeto que já vinha sendo construído com a equipe da antiga Uniana, com coordenação do professor Nelson de Abreu Júnior. Até 2006, as LPPEs formariam mais de 21 mil professores em todo o território goiano.
A Universidade consolida seus primeiros passos institucionais com a instalação do Conselho Acadêmico, órgão técnico responsável pela supervisão e deliberação em temas relacionados ao ensino, pesquisa, pós-graduação, extensão e assuntos estudantis.
Ano de conquistas estruturais e educacionais. É inaugurado o Câmpus Central de Ciências Exatas e Tecnológicas (CET) – Henrique Santillo, cuja construção havia começado no ano anterior.
O Conselho Universitário (CsU), órgão máximo da UEG em função normativa, deliberativa e recursal, dá posse aos seus primeiros conselheiros, reafirmando o compromisso democrático e colegiado da Instituição.
A UEG se aproxima ainda mais da sociedade ao desenvolver o Projeto Vagalume, em parceria com o MEC e apoio institucional da Unesco. Um esforço conjunto para erradicar o analfabetismo e promover a inclusão social em todo o estado.
Um passo essencial na promoção da justiça social: a adoção do sistema de cotas no Sistema Estadual de Educação, por meio da Lei nº 14.832, garantindo o ingresso de estudantes historicamente excluídos e ampliando o acesso ao ensino superior.
A Universidade realiza seu vestibular de inverno, expandindo as oportunidades de ingresso ao longo do ano. Outro avanço importante no compromisso com a inclusão e ampliação do ensino.
A UEG amplia sua presença em Goiás com a criação de 11 novas unidades universitárias, entre elas, a de Aparecida de Goiânia, hoje Câmpus Metropolitano.
A primeira empresa júnior da UEG é fundada por estudantes de Engenharia Agrícola do Câmpus Central, em Anápolis. Atuando na área de ciências agrárias, a Sênior Agrícola passa a oferecer serviços técnicos a produtores, cooperativas e empresas do setor, além de proporcionar aos alunos experiências práticas em contextos reais do mercado.
A UEG passa a ter a prerrogativa de registrar diplomas de cursos de graduação e sequenciais de formação específica expedidos por instituições de ensino superior não universitárias sediadas em Goiás, conforme autorização do Conselho Estadual de Educação (CEE). A primeira a firmar convênio com a Universidade foi a Faculdade do Sudoeste Goiano, de Catalão, seguida por diversas outras instituições vinculadas ao sistema federal de ensino. A medida marca o início de uma atuação externa mais ampla da UEG, promovendo articulações institucionais com um sistema de ensino distinto.
A Universidade Estadual de Goiás amplia sua atuação na oferta de cursos a distância com a adesão ao Sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB).
A UEG adere ao Programa de Educação Tutorial, inicialmente vinculado ao curso de Fisioterapia da Unidade Universitária Eseffego (Pet-Fisio). Com ações integradas de ensino, pesquisa e extensão, o grupo promove formação acadêmica qualificada e o compromisso social dos estudantes.
Nasce o Programa de Incubadoras da UEG (Proin|UEG), primeiro ambiente de empreendedorismo e inovação tecnológica criado na instituição. Ao longo dos anos, o programa atende empreendedores, alunos e professores com a oferta de capacitação, treinamentos e apoio para o desenvolvimento de ideias e negócios, juntamente com sua introdução mercadológica.
Tem início o Programa de Pós-graduação Interdisciplinar em Educação, Linguagem e Tecnologias (PPG-Ielt|UEG), recomendado pela Capes em 2011. Com seu curso de mestrado, o programa se torna um polo de formação crítica e inclusiva para docentes e pesquisadores da região Centro-Oeste, abrindo caminho para a implantação do doutorado, cuja autorização de funcionamento é concedida pelo MEC em 2025.
Aprovado pela Capes no ano anterior, o Programa de Pós-graduação em Recursos Naturais do Cerrado (Renac) começa a ofertar o mestrado acadêmico. A consolidação do programa resulta na autorização do primeiro doutorado da UEG, em 2015, estabelecendo o Renac como pioneiro nesse nível de formação na Universidade.
A cidade histórica de Pirenópolis recebe o Festival Internacional de Folclore e Artes Tradicionais (Fifat), promovido pela UEG com apoio da prefeitura local. Com foco na valorização da cultura popular, o evento reúne grupos locais, nacionais e internacionais em uma celebração da diversidade das expressões tradicionais.
A criação do Centro de Ensino e Aprendizagem em Rede (Cear) consolida a política institucional de Educação a Distância na UEG. O Cear sucede uma trajetória iniciada em 2000, com a UEG Virtual, que evoluiu para o Centro de Educação Aberta, Continuada e a Distância (Cead) e, em 2006, para a Unidade Universitária de EaD. A adesão ao Sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB), em 2009, ampliou a atuação, culminando na institucionalização do Cear como referência na oferta de cursos em rede.
Consolidando-se como um dos principais eventos da Universidade, mais uma edição do Projeto Conhecendo a UEG é realizada pelo Câmpus Central de Ciências Exatas e Tecnológicas (CET|UEG). Com visitas guiadas, oficinas, exposições e conversas com professores e alunos, o evento fortalece o vínculo entre a Universidade e os estudantes da rede pública e particular, ampliando horizontes e despertando vocações.
É inaugurado o Centro de Biotecnologia em Reprodução Animal (Biotec), em São Luís de Montes Belos, Câmpus Oeste da UEG. Com investimentos significativos, o Biotec passou a atuar como centro de excelência em pesquisa, ensino e extensão, servindo à comunidade acadêmica e ao setor produtivo local.
É criada a UEG TV, ampliando os canais de comunicação da Universidade e fortalecendo a divulgação científica, cultural e acadêmica. O novo veículo vem somar ao trabalho da Rádio UEG Educativa, lançada em 2017, contribuindo para dar visibilidade às ações institucionais e aos projetos de docentes e estudantes.
A UEG dá início ao curso de Medicina, com o ingresso da primeira turma na Unidade Universitária de Itumbiara, ligada ao Câmpus Sul.
A partir de março de 2020, já no contexto da pandemia de covid-19, a UEG adotou o modelo de ensino presencial mediado por tecnologia, tornando-se uma das primeiras universidades do país a se adaptar ao formato on-line. Devido à pandemia, também é criada a Bolsa Conectividade, um auxílio destinado a estudantes que não tinham condições de custear um plano de internet.
Em agosto de 2021, o novo reitor toma posse, após eleições autorizadas pelo Governo de Goiás, encerrando o ciclo de intervenção na Universidade.
Em um gesto de reverência aos saberes ancestrais e à luta por justiça social, a UEG concede o título de Doutora Honoris Causa à líder quilombola Kalunga Procópia dos Santos Rosa, então com 89 anos. A homenagem reconhece a trajetória notável de Dona Procópia na defesa do meio ambiente e na luta pelo reconhecimento do território Kalunga.
Em um ano de fôlego, os Jogos Universitários da UEG bateram recordes de participação – reflexo direto de políticas de apoio aos atletas e valorização do esporte universitário. Programas como o Pró-Eventos fortaleceram o caminho, permitindo que os discentes-atletas levassem o nome da Universidade para além dos muros dos câmpus e unidades. Com garra e dedicação, eles conquistaram medalhas nos Jogos Universitários Goianos (JUGs) e nos Jogos Universitários Brasileiros (JUBs), fazendo da UEG também um nome de respeito nas arenas esportivas.
No ano em que comemorou 25 anos, a UEG celebrou a 10ª edição do Cepe|UEG, com o tema “Universidade e sociedade no Cerrado”. O evento reuniu mais de 1.400 pessoas e se firmou como o maior encontro institucional e acadêmico da Universidade, promovendo o diálogo entre ensino, pesquisa, extensão e os desafios do bioma em que está inserida. Um dos pontos altos foi o lançamento do Centro de Excelência em Segurança Hídrica do Cerrado (Cehidra), unidade avançada de pesquisa, desenvolvimento e inovação da UEG dedicada a criar soluções sustentáveis para a gestão da água.
É inaugurada a usina fotovoltaica Celgpar|UEG, que representa um avanço para a sustentabilidade em Goiás. Com capacidade para gerar 12.633 MWh/ano, reduzirá em até 64,5% os custos de energia da UEG e da Secretaria Estadual de Educação. Seu impacto ecológico equivale ao plantio de 7 mil árvores por ano ou à retirada de 370 veículos das ruas.
Com a inauguração da usina, a UEG mira um futuro sustentável, inovador e coletivo. E, com esse marco, esta linha do tempo encontra o agora.
Encerrando estas memórias, lembramos que a história da Universidade continua a ser escrita no presente, no ritmo dos alunos que passam pelos seus portões todos os dias, caminham pelos seus corredores, aprendem, ensinam e sonham. Alguns desses rostos completam, junto com a Universidade, os mesmos 26 anos em 2025. No perfil da UEG no Instagram, você pode conhecer algumas dessas histórias. São narrativas de descobertas, superação, vínculos e paixões por essa instituição que produz conhecimento, ao passo que transforma vidas. Vale a escuta.
Sobre a UEG
Instituída pela Lei nº 13.456, em 1999, a Universidade Estadual de Goiás (UEG) marcou um novo capítulo para o ensino superior em Goiás. Com sede em Anápolis e organizada sob o modelo multicampi, a Universidade surgiu a partir da integração de instituições de ensino superior já existentes, como a Universidade Estadual de Anápolis (Uniana), a Escola Superior de Educação Física do Estado de Goiás (Esefego), entre outras mantidas pelo poder público estadual.
A partir daí, a UEG consolidou um projeto pioneiro de interiorização do ensino, da pesquisa e da extensão, levando a vários municípios goianos cursos de graduação e pós-graduação nas mais diversas áreas de conhecimento.
Hoje, a Universidade está presente em 39 municípios, com 8 câmpus e 33 unidades universitárias vinculadas. Ao todo, oferta 36 cursos de graduação, com 119 ofertas presenciais e 5 na modalidade a distância. Na graduação, conta com 13.160 estudantes matriculados – 12.506 no ensino presencial e 654 no Ensino a Distância (EaD).
Na pós-graduação, a UEG possui mais de 900 alunos distribuídos em 18 programas stricto sensu, sendo 17 cursos de mestrado e três de doutorado em funcionamento. Além disso, um novo programa de mestrado profissional, já autorizado, aguarda o início das atividades, e um novo curso de doutorado está com edital de seleção aberto. A comunidade acadêmica é composta ainda por 1.143 docentes efetivos e 669 servidores técnico-administrativos.
“A UEG tem como característica primaz ser a universidade que acolhe, recepciona e ajuda na transformação dos trabalhadores e filhos de trabalhadores goianos”, destaca o reitor, prof. Antonio Cruvinel. “É uma universidade também feminina – 63% da comunidade é composta por mulheres – e é a universidade do filho do trabalhador, porque a maioria dos nossos acadêmicos (78%) são de famílias que ganham até três salários-mínimos”, ressalta.
(Comunicação Setorial|UEG)