A Universidade Estadual de Goiás, representada pelo prof. Marcelo Costa, coordenador do CriaLab|UEG, marcou presença nos debates do Encontro da Educação, evento que ocorreu durante a CineOP – Mostra de Cinema de Ouro Preto, que aconteceu entre 19 e 24 de junho.
Na ocasião, profissionais da cultura, da educação e representantes dos Ministérios da Cultura (MinC), Educação (MEC) e Direitos Humanos (MDH) discutiram ações e possibilidades para a implementação da Lei Federal 13.006/14, que determina a exibição de duas horas de cinema brasileiro por mês nas escolas da educação básica. Sancionada em 2014 e de autoria do então senador Cristóvão Buarque, a legislação modifica a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei 9.394/96), promovendo ampla discussão acerca do reconhecimento da cinematografia nacional como parte integrante da formação educacional, cultural e social do país.
O encontro presencial em Ouro Preto deu prosseguimento a uma etapa virtual prévia, na qual educadores, gestores públicos, cineastas, profissionais da preservação, pesquisadores, professores e interessados na implementação de políticas públicas que garantam a implementação da lei responderam a uma consulta virtual.
O resultado das duas etapas do Encontro foi a elaboração de documento que propõe parâmetros e diretrizes para a construção de um Programa Nacional de Cinema na Escola. A expectativa é de que o executivo federal realize ainda em 2024 a regulamentação da lei, o que irá possibilitar a formalização das atividades de Cinema e Educação nas atividades curriculares de escolas brasileiras.
No evento, o professor Marcelo Costa, docente do curso de Cinema e Audiovisual da UEG e Secretário Geral do Fórum Brasileiro de Ensino de Cinema e Audiovisual (Forcine), atuou como convidado da Cine OP nas discussões sobre Formação Docente. O trabalho colegiado destacou os seguintes pontos a serem observados na regulamentação da Lei 13.006: que a garantia de formação inicial e continuada dos docentes inclua experiências diversificadas com cinema, desde cineclubes até disciplinas obrigatórias sobre cinema e educação; o incentivo à criação de cursos de licenciatura em cinema, em consonância com as possibilidades; e condições dos contextos e das instituições formativas.
Para o professor Marcelo Costa, é necessário pensar o cinema e o audiovisual em ambiente escolar para além das ferramentas de tecnologia digital. "É preciso considerá-los como metodologia, como arte e como uma linguagem capaz de conectar conteúdos e exprimir subjetividades.", afirma. Ele aponta também que, diante dos desafios para a implementação da Lei 13.006, as universidades precisam se preparar para auxiliar, nesta fase inicial, com cursos de extensão, abertura de vagas em disciplinas regulares nos cursos de Cinema e Audiovisual para docentes da rede pública de ensino e o desenvolvimento de projetos com escolas a partir de uma escuta sensível e uma relação dialógica. A médio e longo prazo, é preciso que as universidades também se preparem para a oferta de licenciaturas em Cinema e Audiovisual, formando novos profissionais capacitados e qualificados para atuarem na interface entre o cinema e a educação, afirma.
A participação da UEG, que junto ao IFG da cidade de Goiás, são as únicas universidades públicas com cursos de Cinema e Audiovisual no estado, considera a relevância da produção universitária não só nos circuitos e meios culturais acadêmicos, mas também como formadora de repertório cultural amplo e possibilitadora de projetos de extensão para todos os âmbitos da educação pública.
Para conhecer a Carta de Ouro Preto, acesse o link.
(Comunicação Setorial|UEG, com infomações do CriaLab)