Perfil
Foto: Fábio Silva | Acervo pessoal
Texto: Gilnara Peixoto Batista
Marcos Rodrigo Beltrão Carneiro - Um formador holístico
Professor

Posso começar dizendo que a Biologia pode contar histórias, daquelas que são capazes de inspirar até quem teve a última aula lá no ensino médio. É que ela vai muito além de compreender os conteúdos, é sobre pensar no processo. Sentado à mesa, gesticulando como quem ministra uma aula, Marcos Rodrigo Beltrão Carneiro conta como o estudo dos seres vivos mudou a sua vida.

O professor e coordenador do curso de Ciências Biológicas de Palmeiras de Goiás aceitou o convite para ser perfilado por ocasião do aniversário de 25 anos da UEG. Adianto que este é um perfil de alguém que certamente encontrou sua missão no mundo. Marcos desperta verdadeiro fascínio pelas ciências biológicas. Sua carreira na instituição teve início na antiga Uniana, onde iniciou o curso, e se formou em 2000 já na UEG. Desde então, sua vida tem sido dedicada a educar e ajudar a construir outras tantas jornadas na profissão.

A história de Marcos não se resume apenas a títulos acadêmicos, mas sim a um compromisso profundo. Antes mesmo de concluir sua graduação, em 1999, ele já estava na linha de frente, ministrando aulas como professor contratado pela Secretaria da Educação. Desde então, sua carreira floresceu, moldada por experiências variadas em diversas instituições de ensino superior, incluindo passagens pela UniAnhanguera, em Goiânia, Fama e UniEvangélica, em Anápolis.

Uma de cada vez? Não. Todas ao mesmo tempo. Na hora eu me perguntei e perguntei a ele, como? A resposta é uma mistura de organização e paixão pelo que faz. Para dar o seu melhor na docência, Marcos foi atrás de profissionalização, passando por uma especialização em Fruticultura Comercial na Universidade Federal de Lavras, em 2005. No mesmo ano, já estava na especialização de Ensino de Biologia na UnB. Depois, veio um mestrado em Sociedade, Tecnologia e Meio Ambiente e doutorado no mesmo programa, na UniEvangélica.

Atualmente, Marcos desempenha um papel crucial como professor e coordenador de Ciências Biológicas em Palmeiras de Goiás. Lá ele encontrou um curso muito ativo, com muitos alunos e atividades desenvolvidas ao longo do ano. Ele lembra que em uma aula ou outra, comentava com seus alunos o quanto gostava de estar ali, “sempre foi algo prazeroso para mim”. Hoje, ele luta para continuar mantendo os alunos, incentivando-os e fazendo de tudo para trazer mais discentes para a área.

Depois de anos apenas em sala de aula, a transição para a gestão foi algo novo na sua vida profissional. Ele compartilha que essa experiência tem sido profundamente instrutiva, alterando sua percepção do ambiente de trabalho. Ele reconhece que sua atuação vai além das fronteiras da sala de aula, abraçando a resolução de questões complexas e multifacetadas. Esse comprometimento o inspira a adotar uma abordagem holística ao lidar com os alunos, buscando capacitá-los para uma profissão abrangente e dinâmica. Marcos está verdadeiramente empenhado em cultivar uma nova geração de biólogos, equipados para enfrentar os desafios que o mundo além das aulas lhes reserva.

“Tenho ex-alunos que já são concursados ​​da rede estadual, alunos que já abriram empresas de consultoria ambiental e se preocupam com a devolução para a sociedade do que aprenderam. Esse é um bom resultado.”

Uma pergunta que fez o professor sorrir foi sobre o resultado dessa dedicação. Ele falou dos alunos que já se formaram e vez ou outra cruzaram o seu caminho. “Desde a época de Morrinhos, tenho ex-alunos que já são concursados ​​da rede estadual, alunos que já abriram empresas de consultoria ambiental e se preocupam com a devolução para a sociedade do que aprenderam. Esse é um bom resultado, posso afirmar.”

Pensando nos egressos, a Unidade Universitária de Palmeiras de Goiás desenvolveu um encontro entre eles e os novos alunos. Marcos confessa que pensou que poucos compareceriam, mas não foi o que ocorreu. Acontece que como Palmeiras é uma cidade próxima de muitas outras cidades menores, é difícil ter a noção de quem está atuando em cada lugar, mas conta que vê-los participando foi muito gratificante. “Foi lindo [ver] ex-alunos trazendo suas experiências, mostrando que a formação não é unicamente para dar aula, existe uma gama de possibilidades.” Vendo seu brilho nos olhos, concluo que essa unidade promete dar ainda mais orgulho. 

UEG é lar. Essa foi a conclusão que cheguei com a resposta de Marcos, quando questionado sobre o significado dela em sua vida e na sociedade. Ele expressou sua gratidão, pois foi lá onde encontrou mentores, colegas e amigos que o moldaram como educador e como pessoa. “Para mim foi a base da minha carreira profissional. Foram professores maravilhosos, pessoas boas que hoje são meus colegas de trabalho.” E mesmo a geração sendo diferente, o professor garante que o legado da UEG continua valendo, pois a missão em formar profissionais capacitados continua sendo feita. Sua esperança para os próximos 25 anos é que a universidade aumente e continue sendo um farol de excelência acadêmica que possibilite mudanças positivas na sociedade.

“Tomara que daqui a 25 anos, a UEG continue sendo o que sempre foi desde o início e é hoje.”

E para os próximos 25 anos… “Olha, eu gostaria muito que, não só aqui na UEG, mas na sociedade como um todo, houvesse uma valorização maior dos professores. O papel das universidades é fundamental, capacitando os profissionais do futuro, seja na área médica, biológica, física, ou engenharia; precisamos de profissionais competentes e bem preparados para atender às demandas do mercado de trabalho”. Ele, sabiamente, espera que daqui a 25 anos a UEG continue fiel à sua essência, mantendo-se como uma instituição de referência, comprometida com a qualidade do ensino e a formação de indivíduos preparados para enfrentar os desafios do mundo. “Tomara que daqui a 25 anos, a UEG continue sendo o que sempre foi desde o início e é hoje.”



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