Perfil
Foto: Acervo pessoal
Texto: Luiz Eduardo Krüger
César Moura – Retomando a UEG
Egresso

Eu nunca havia entrado no palácio do Governo. Criado no interior, eu só via aquele prédio espelhado, imenso, imponente, cravado no coração de Goiânia, da janela do ônibus que me levava e trazia da faculdade. Havia em mim um certo fascínio de adentrar aquele espaço. Confesso que não há nada de excepcional do lado de dentro. São diversos andares de baias de servidores trabalhando e muita movimentação de pessoas. Ainda assim, foi uma surpresa poder ver as entranhas do poder público de Goiás.

César Moura talvez seja o mais influente dentre aqueles perfilados por mim em comemoração aos 25 anos da UEG. Foi um desafio conseguir um espaço na sua agenda tão apertada. Depois de alguns desencontros, conseguimos fechar uma data. Ele foi o único entrevistado com quem não conversei diretamente para agendar a entrevista. Tudo foi combinado com sua assessoria. Secretário de Estado do primeiro escalão, César me recebeu em seu gabinete no Palácio Pedro Ludovico Teixeira cercado de assessores. O nosso bate-papo foi rápido, mas o suficiente para compreender a sua relação com a UEG.

Em 1992, o jovem César fazia cursinho pré-vestibular e viu, no mural de avisos, um cartaz anunciando o vestibular da Universidade Estadual de Anápolis (Uniana) e decidiu fazer a prova. Ele já havia decidido cursar Economia e foi aprovado nos processos seletivos tanto da Uniana quanto da Universidade Católica de Goiás. Ele se viu, então, diante de uma decisão importante. 

Morador de Goiânia, fazia mais sentido optar pela comodidade de permanecer na capital. No entanto, ao analisar a grade curricular das suas instituições, percebeu que a Uniana estava mais ligada ao mercado de trabalho e seus interesses pessoais. Então, acabou optando por ir e voltar de Anápolis diariamente. O ônibus saía às 18h e só chegava de volta quase meia-noite. 

César conta que o trajeto era cansativo, mas acabou se materializando em uma oportunidade de fazer amigos e conhecer pessoas. No ônibus, iam os alunos da UEG e também da UniEvangélica. Os desafios compartilhados acabaram por solidificar amizades e favorecer o networking, tão importante para área que ele acabou seguindo. 

César atribui a grade curricular mais voltada para o mercado de trabalho à vocação industrial de Anápolis e considera acertada a decisão pela Uniana. “Anápolis tem o Daia, o maior distrito agroindustrial do estado, são muitas indústrias. Tivemos essa oportunidade de sempre estar ali, ligado ao mercado, ao que estava acontecendo em termos de investimento, das inovações do mercado empresarial de Goiás. Estávamos no meio do nascimento do pólo farmoquímico. Era importante estar em Anápolis”, contou. 

A Uniana havia sido recém criada, em 1990. Mas carregava consigo a tradição da Faculdade de Ciências Econômicas de Anápolis (Facea) que ofertava o curso desde 1962. A Uniana deu lugar a Universidade Estadual de Goiás (UEG) em 1999, mesmo ano em que César concluiu seus estudos. Ele foi um dos primeiros diplomados pela nova universidade estadual.

César lembra da UEG com muito carinho. Ele destacou um professor em especial, o prof. José Maurício, que deu nome à turma, e colegas e amigos com quem mantém contato até hoje. Ele lembra que, diferente de outras instituições nas quais o aluno percorre por diferentes institutos e departamentos, na UEG ele tinha a sua turma que permaneceu unida até o final e contribuiu bastante para um sentimento de pertencimento. 

Ao se formar, César dedicou sua carreira a projetos de viabilidade econômica. Foi consultor e, mais recentemente, voltou sua atuação para o terceiro setor e o setor público. Foi subsecretário de Fomento e Competitividade do Estado de Goiás e atualmente é conselheiro do Sebrae, da OVG e de diversas organizações e fundações. 

Como secretário da Retomada, César ressalta o papel estratégico que a universidade tem para capacitar e formar pessoas para um momento pós-pandêmico. A Retomada é, explica o secretário, uma pasta dedicada à emprego e renda. A universidade é, portanto, um parceiro de primeira ordem. 

O secretário exemplificou a parceria com o curso de Moda da Unidade Universitária de Trindade. “Nós trouxemos uma população vulnerável para trabalhar com corte e costura e o curso de Moda da UEG veio conosco numa ação para dar visibilidade, para ajudá-los a ter uma fonte de emprego e renda”, detalha. 

“A universidade deve ser tratada com seriedade e respeito. Nós devemos ter uma instituição mais estruturada, mais forte. Nós temos vários projetos em andamento que vão dar mais visibilidade à UEG.”

César acredita que a UEG está no caminho certo. “A universidade deve ser tratada com seriedade e respeito. Nós devemos ter uma instituição mais estruturada, mais forte. Nós temos vários projetos em andamento que vão dar mais visibilidade à UEG”, contou o secretário. 

Ele também destacou o papel da UEG na formação de mão de obra qualificada para o estado. “Nós temos um déficit de mais de 30 mil vagas de emprego no estado de Goiás. Nós precisamos desses jovens no mercado de trabalho. E a UEG é fundamental. Respeitar a universidade vai fazer ela se estruturar, ganhar mais força, para ter bons resultados, para aparecer cada vez mais e mostrar para o país e para o mundo o que é a Universidade Estadual de Goiás”, disse. 

Por fim, César falou da dinamicidade do mercado de trabalho e como a UEG está preparada para entregar mão de obra qualificada ao mercado e para abertura de novos negócios. “Hoje, (com) os cursos que têm na UEG, você está qualificado para ocupar uma dessas vagas e para empreender. O estado de Goiás é propício para você empreender”, disse. 

É possível notar na fala de César um respeito e até uma admiração pela UEG. Aquele jovem que se viu diante de uma dura decisão, hoje olha para trás com a certeza que a escolha foi acertada. De certa forma, o tempo perdido na estrada não era um tempo perdido, mas um investimento numa carreira de sucesso. 

César é muito bem sucedido e seu trabalho impacta diretamente a qualidade de vida dos goianos. Ele conquistou bastante e atingiu cargos importantes e circula entre aqueles que comandam e pensam as políticas públicas do nosso estado. Mas existe algo que une tudo isso: a escolha de César, em 1993, pela UEG, que lhe forneceu as bases para desenvolver todos esses projetos.



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