Perfil
Foto: Arquivos UEG
Texto: Daniel Prates
Brandina Fátima Mendonça de Castro Andrade - Um pilar da Universidade
Gestora

Eu mal sabia que seria presenteado com uma verdadeira aula sobre a história da UEG e sobre amor pela instituição quando fui à Gerência de Secretaria Acadêmica Central para entrevistar a professora Brandina Fátima Mendonça de Castro Andrade. Com uma carreira de mais de três décadas na instituição, ela não é apenas testemunha, mas atriz das transformações pelas quais a universidade passou ao longo dos anos.

Ocupada que é, arrumou tempo entre seus afazeres na universidade e como membro do Conselho Estadual de Educação para conversar comigo. E que conversa! Aprendi mais sobre a UEG em pouco mais de uma hora com ela do que em todo o tempo em que a frequentei como aluno e depois como servidor. As perguntas que eu havia preparado para a entrevista ficaram irrelevantes em poucos minutos. Ela tomou a frente da conversa e ditou, sem querer ditar, o ritmo de nossa conferência. Foi como se ela me tivesse pegado pela mão e me guiado em um passeio pela construção da história da UEG. 

Figura emblemática na instituição, sua trajetória remonta aos primórdios da universidade. Iniciou a jornada profissional na então Universidade Estadual de Anápolis, em 1991, desempenhando um papel crucial em sua consolidação e posterior integração à UEG em 1999. 

“Penso em mim mesma e me sinto com jeito de andaime. Um andaime que cumpre o seu papel. Como andaime não fui essencial, mas ajudei. E é muito gratificante ter sido andaime”

Certa vez, por ocasião do aniversário de 17 anos da Universidade, Brandina disse que se sentia honrada por fazer parte da história da instituição, cuja construção foi realizada por ‘pedreiros’ que arquitetaram palmo a palmo sua caminhada. “Penso em mim mesma e me sinto com jeito de andaime. Um andaime que cumpre o seu papel. Como andaime não fui essencial, mas ajudei. E é muito gratificante ter sido andaime”, disse. Verdadeira despretensão, pois na verdade, tendo participado ativamente de momentos marcantes na universidade desde sua estruturação, muito mais que um andaime, ela é um dos pilares sobre os quais a UEG se consolidou.

Hoje, Brandina se diz uma profissional realizada, cujas escolhas de vida e dedicação à UEG são permeadas por um profundo amor pela instituição e sua missão educacional. Ela se orgulha de ter testemunhado e ajudado ativamente nas mudanças e melhorias da universidade ao longo dos anos e sabe que seu trabalho deixará um legado duradouro. “Eu gosto do que faço, e faço porque amo”, ela afirma. E eu acredito. Seu olhar e tom de voz não deixam dúvidas.

Mas as demandas da carreira cobraram seu preço e ela reconhece que precisou fazer sacrifícios na vida pessoal em prol de sua paixão pelo trabalho universitário. Ela conta que teve seu filho aos 40 anos de idade e que durante toda a gravidez se manteve ativa, se deslocando de Goiânia para Anápolis diariamente para cumprir sua função. “Trabalhei até a meia-noite do dia anterior ao nascimento de meu filho, que aconteceu às 6h da manhã”, relata com bom humor, ciente do desatino de sua atitude à época.

Assim, sua história pessoal de sacrifício e comprometimento se confunde com a própria história da universidade, refletindo sobre as escolhas que fez em sua carreira e em seu papel como mãe. Ela relata, com certa melancolia, que houve momentos em que, em razão do trabalho, não pôde estar presente na infância de seu filho. Saía muito cedo, voltava tarde demais. Inevitável é o sentimento de culpa nessas situações, mas a admiração que seu filho demonstrou por sua carreira ao longo dos anos e seu desejo de seguir os passos da mãe são fontes de validação e reconhecimento que mitigam qualquer sentimento de culpa que ela possa ter sentido em algum momento.

Aos 71 anos de idade, continua dedicando sua energia e expertise à UEG, embora já tenha alcançado os requisitos para se aposentar. A paixão pela universidade e seu compromisso com o desenvolvimento e excelência a mantêm motivada a continuar contribuindo, tanto na gestão, como no ensino.

Como gerente da Secretaria Acadêmica Central da UEG, desempenha um papel fundamental na administração e organização das atividades acadêmicas da instituição, buscando sempre garantir o bem-estar da comunidade universitária. Sua filosofia de trabalho é guiada pela preocupação com a satisfação dos outros. Mesmo quando precisa tomar decisões difíceis, ainda se esforça para garantir que as pessoas fiquem satisfeitas e compreendam a importância das escolhas feitas. “Ainda que eu tenha que dizer ‘não’ a alguém, é importante que essa pessoa compreenda o porquê dessa negativa, que não se trata de algo arbitrário, para que ela fique feliz mesmo com o ‘não’”, explica.

Para Brandina, a UEG não é apenas uma instituição de ensino superior, mas é “a universidade do povo goiano”, com a missão fundamental de servir e educar a população. Ela se orgulha do papel que desempenhou na transformação da UEG ao longo dos anos e acredita firmemente no seu papel como a principal instituição de ensino superior de Goiás, capaz de alcançar e servir pessoas em todo o estado.

A história da professora Brandina é um testemunho inspirador do amor pela educação e pelo serviço à comunidade acadêmica. Sua jornada inspiradora é um testemunho do seu amor pela Universidade e pela educação em geral, deixando um impacto duradouro não apenas na instituição, mas também em todos aqueles que têm o privilégio de conhecê-la.



UEG - COMSET | 2024
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