O reitor da Universidade Estadual de Goiás (UEG), professor Haroldo Reimer, foi um dos integrantes da missão oficial do Governo do Estado de Goiás que esteve nos Emirados Árabes Unidos (EAU) em busca de parcerias, oportunidades de negócios e investimentos para Goiás. “Foram dias intensos e de muitos trabalhos”, observa.
Para a UEG, a viagem foi estratégica para aproximações com o Instituto Masdar de Ciência e Tecnologia (Mist), que entre várias possibilidades de trabalhos conjuntos, deve estabelecer protocolos de cooperação na área de pesquisa de produção e diversificação de fontes energéticas. “Esperamos que em breve nossos pesquisadores possam participar de intercâmbios no país, via Rede Goiana de Educação Internacional”, analisa.
“A UEG tem participado com regularidade das missões internacionais do governo. E já podemos sentir os efeitos positivos dessas agendas para a Instituição. Recentemente inauguramos o Laboratório de Biotecnologia em Reprodução Animal, no Câmpus São Luís de Montes Belos, que já está desenvolvendo pesquisas em conjunto com a Universidade de Liège (Bélgica) um importante centro europeu de biotecnologia e reprodução animal. A parceria entre a Universidade de Liège e a UEG é resultado da missão de 2015. É esse tipo de parceiros que buscamos, e as missões são importantes para esse contato”, afirma.
Para o reitor, os ganhos são em rede. “Veja bem, ao possibilitar o crescimento de áreas estratégicas, o governo cria ferramentas para o desenvolvimento econômico, tecnológico e social. E a UEG tem papel fundamental nessa cadeia ao formar pessoas para ocupar postos de trabalho e pesquisadores para o desenvolvimento de pesquisa e tecnologia de ponta, principalmente no interior”, diz.
Emirados Árabes Unidos
Localizados no Golfo Pérsico, os EAU são um gigante econômico do Oriente Médio. Foram criados no início da década 1970, após declararem conjuntamente a independência do Reino Unido, e são representados por sete emirados: Abu Dhabi, Dubai, Sharjah, Ajman, Umm al-Qwain, Rash al-Khaimah e Fujairah,.
A economia é baseada na exploração petrolífera e o país é uma importante porta da região, onde se localiza a segunda maior zona franca do mundial, a Jebel Ali Free Zone (Jafza), que possui mais de 7 mil empresas instaladas às portas de um mercado de três bilhões de pessoas.
“Me parece que tudo é superlativo no país, e isso se torna ainda mais grandioso quando nos damos conta de que são cidades construídas em meio ao deserto”, reflete. “Os emirados desenvolveram importantes tecnologias de geração de energia fotovoltaica. Além disso, eles possuem tecnologia de ponta no processo de dessalinização da água. Só Dubai processa 1,1 bilhão de metros cúbicos diários, que garante água para o desenvolvimento de todas as necessidades do emirado, e o vapor gerado é utilizado para movimentar turbinas de geração de energia. Esse tipo de cooperação é estratégica para a UEG ”, observa.
Segundo o reitor, em breve haverá a assinatura do termo de compromisso que garantirá aos pesquisadores do estado a participação em intercâmbios junto ao Mist. “O Instituto oferece 10 bolsas para brasileiros, e nos últimos anos tem sobrado vagas. Na reunião que tivemos com o diretor do Mist demonstramos interesse nas bolsas e nos comprometemos a ampliar a divulgação em Goiás. Muito em breve estaremos com pesquisadores desenvolvendo estudos no Instituto”, afirma.
Investimentos árabes
A missão também buscou atrair investimentos árabes para Goiás. Nesse sentido, foi assinado protocolo para a instalação da Indústria Caracal. Houve ainda sinalização da Fly Emirates para parceria público-privada no Aeroporto de Cargas de Anápolis.
Também foram feitos importantes contatos com os gestores dos Fundos Soberanos dos EAU para investimentos em Goiás. Empresários integrantes da missão conseguiram abertura para negócios ou expandir o que já desenvolvem na região. “São agendas em que todos ganham”, observa. O professor Haroldo salienta que as despesas das viagens são de responsabilidade das empresas e órgãos participantes. “Isso garante o uso racional e responsável dos recursos públicos”, afirma.
Trocas Culturais
Além das agendas e compromissos oficiais, o professor também pôde conhecer um pouco da cultura local. “Esse é um ponto de destaque nas missões, o contato com culturas diferentes das nossas. E isso é enriquecedor, tanto pessoal quanto profissionalmente”, observa.
Ele analisa que os intercâmbios são vantajosos para além das possibilidades de estudo. Para ele, a imersão em processos sociais diversos leva pesquisadores e intercambistas ao acúmulo de experiências que os diferenciam em suas áreas de atuação. “Saber aproveitar o que a cidade que recebe oferece, se inteirar da história, dos costumes e da cultura, fazem total diferença ao profissional. O fazer científico se encontra também fora dos laboratórios e salas de aula. E a oportunidade de conhecer outro país deve ser aproveitada ao máximo”, aconselha.
Sobre os EAU, ele se diz impressionado com a grandiosidade das cidades. Arquitetura moderna, grandes obras públicas, jardins impecáveis, grandes marcas e limpeza são alguns dos pontos de destaque. “São aspectos que podemos incorporar aqui também. Precisamos saber identificar esses aspetos e buscar implantá-los aqui”, diz.
Para o reitor, o processo de internacionalização da Instituição só tende a se acentuar. “O governo é um importante aliado nessa questão. Ao colocar a UEG como prioridade nessas agendas, ele reafirma a sua importância para o estado. E como Instituição estadual, temos o papel de fomentar as potencialidade regionais, assim contribuir para o desenvolvimento de tecnologia e inovação em Goiás”, analisa.
(Fernando Matos | CeCom|UEG)